sexta-feira, 6 de outubro de 2017

6 DE OUTUBRO - VERÍSSIMO CORREIA SEABRA


EFEMÉRIDE - Veríssimo Correia Seabra, general da Guiné-Bissau, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, morreu em Bissau no dia 6 de Outubro de 2004. Nascera na mesma cidade em 17 de Fevereiro de 1947.  Liderou o golpe de Setembro de 2003, que depôs Kumba Yalá, para, segundo ele, «repor a legalidade constitucional”.
Era filho de pai cabo-verdiano e de mãe da etnia manjaco. Em 1963, aos 16 anos, aderiu ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) como guerrilheiro. para lutar contra o domínio colonial português. Três anos mais tarde, foi enviado para a Bulgária a fim de estudar Engenharia Electrónica. Em 1971, frequentou formação em Artilharia Antiaérea numa escola militar da União Soviética.
Ao voltar para a guerra na Guiné-Bissau, passou a ser responsável por uma unidade de artilharia, perto da fronteira sul. Em 1976, depois da independência do seu país, foi enviado a Portugal para treino de Oficial.
Participou, nos anos 1980, no golpe de estado que depôs Luís Cabral. Foi comandante-adjunto do contingente guineense quando da missão das Nações Unidas em Angola, entre 1991 e 1992.
Em 1998, juntou-se ao general Ansumane Mané na tentativa de golpe de estado contra João Bernardo Vieira. O país conheceu então uma curta, mas sangrenta guerra civil. Foi implicado também no “golpe” de 1999 que tirou Vieira do poder. Foi nomeado então ministro da Defesa do presidente Kumba Yalá (2000).
Porque o comportamento do presidente Yalá era contestado e o governo não conseguia pagar os salários aos militares, ele preveniu-o que os militares seriam obrigados a intervir se a situação não se modificasse.
Em 14 de Setembro de 2003, Veríssimo assumiu a liderança do Estado guineense com um golpe de estado, sem disparar um tiro. Acusou Kumba Yalá de abuso de poder, prisões arbitrárias e fraude eleitoral no período de recenseamento. Assegurou interinamente a chefia do Estado até 28 de Setembro, restaurando a Constituição e a ordem democrática, depois de ouvidos os partidos políticos, a sociedade civil e o clero.
Henrique Rosa foi nomeado chefe de governo e tornou-se presidente em 28 de Setembro. Em 28 de Março do ano seguinte, foram finalmente realizadas eleições livres na Guiné-Bissau. Em 6 de Outubro de 2004, porém, soldados amotinados – ainda descontentes por questões salariais – detiveram Veríssimo Seabra e o tenente-coronel Domingos Barros, agredindo-os até à morte.

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