quinta-feira, 5 de abril de 2018

5 DE ABRIL - FAUSTO DE FIGUEIREDO


EFEMÉRIDE - Fausto Cardoso de Figueiredo, empresário, industrial hoteleiro e grande animador do turismo português, morreu no Estoril em 5 de Abril de 1950. Nascera em Baraçal, em 17 de Setembro de 1880.
Veio para Lisboa ainda muito novo, tendo concluído o curso de Farmácia na Escola Superior de Farmácia de Lisboa. Exerceu, durante alguns anos, a profissão de farmacêutico, antes de se ter tornado administrador de empresas e industrial hoteleiro. O seu nome encontra-se, sobretudo, ligado ao desenvolvimento turístico do Estoril, de que foi o grande dinamizador.
Mais tarde, ingressou no Conselho de Administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, onde chegou a ser vice-presidente e presidente.  Realizou diversas e extensas viagens ao estrangeiro, nelas adquirindo vastos conhecimentos sobre turismo, que logo sonhou introduzir em Portugal. Apresentou a demissão do cargo de presidente da CP em 1949, por motivos de saúde, tendo a Companhia decidido nomeá-lo presidente honorário.
Após a Implantação da República Portuguesa, entre Março de 1911 e Junho de 1913, foi presidente da Câmara Municipal de Cascais.
Foi iniciado na Maçonaria em 1913, na Loja Acácia, de Lisboa, afecta ao Grande Oriente Lusitano, com o nome simbólico de “Adamastor”.
Foi, novamente, presidente da Câmara Municipal de Cascais entre 1919 e 1922. Também foi presidente do Conselho de Administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, região da qual era oriundo, e da Companhia de Cimentos Brancos.
Distinguiu-se pela grande obra de fomento turístico que realizou no Estoril, criando a Sociedade Estoril Plage e a Sociedade Estoril. Desse modo, radicou-se nele a ideia e concebeu o projecto de fazer do Estoril uma estância turística de nível mundial, expondo-o na Câmara dos Deputados. Mesmo diante da difícil conjuntura materializada pela Primeira Guerra Mundial, constituiu em 1915 a Sociedade Estoril para o implementar. No início de 1916, lançou a primeira pedra do Casino Estoril.
Adquiriu uma extensa propriedade, então conhecida pela Quinta do Vianinha, e começou a sua obra, cedendo terrenos para construções, financiando mesmo muitas delas.
Uma coisa havia, porém, que se reconhecia indispensável para fazer do Estoril uma zona de turismo elegante - a electrificação da linha férrea. Um contrato de arrendamento feito com a CP, proprietária da linha de Cascais, permitiu-lhe enveredar deliberadamente com o projecto. Em 1926, a electrificação estava concluída. Para implicar nesta grande iniciativa os capitais indispensáveis, forçoso era que houvesse uma segura garantia de êxito, e essa residia, apenas, na regulamentação do jogo. Uma combinação ou acordo com a Empresa Exploradora dos Casinos do Monte Estoril, Lda., proporcionou-lhe ensejo de activar as suas diligências.
Veio a ser irradiado da Maçonaria em 1922, por falta de pagamento das respectivas quotas. Em 1923, foi provedor da Assistência Pública.
Em Dezembro de 1927, a obtenção da concessão e da regulamentação do jogo permitiu o avanço num ritmo mais acelerado, fazendo do Estoril a primeira zona do turismo internacional no país.
Fausto de Figueiredo, cercado por arquitectos franceses, e tendo já constituído a Sociedade Estoril Plage, enveredou pela transformação da região, instalando infra-estruturas e fazendo surgir, então, dois hotéis, construindo o Hotel Palácio e o Hotel do Parque, o Tamariz, o Parque, o Casino, um campo de golfe, courts de ténis, etc. Organizava, permanentemente, muitas outras manifestações desportivas de carácter internacional, elevando definitivamente o Estoril à categoria de estância internacional.
Em 1928, foi inaugurada a Estação Ferroviária do Cais do Sodré e, em Agosto de 1930, foi inaugurado o que então era o mais importante hotel do país - o Hotel Palácio. Os primeiros hóspedes do hotel foram o príncipe Hirohito (futuro imperador do Japão) e a sua esposa, em viagem de lua-de-mel.
Um ano mais tarde, foi inaugurado o Casino Estoril, que viria a tornar-se um dos mais famosos da Europa.
A acção de Fausto de Figueiredo, atraiu ao Estoril monarcas e figuras públicas de renome mundial que, em virtude da Segunda Grande Guerra, foram forçados a exilar-se, optando por Portugal como país neutro, tornando a zona do Estoril uma das mais cosmopolitas do mundo, na época.
Após a proclamação da República, Fausto de Figueiredo foi deputado do Partido Republicano Português, com o qual colaborou, embora sem se filiar. Durante o Estado Novo, foi procurador à Câmara Corporativa, entre 1935 e 1949, em representação da indústria hoteleira e doutras entidades ligadas ao turismo.
Foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial -  Classe Industrial (Outubro de 1928) e elevado a Grã-Cruz da mesma Ordem e da mesma Classe, em Setembro de 1930. Foi, também, Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Tem uma estátua e uma rua (onde habitou e faleceu) com o seu nome, ambas no Estoril.

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