sábado, 20 de setembro de 2025

20 DE SETENBRO - NOÉMIA DE SOUSA

EFEMÉRIDE - Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares, poeta, tradutora, jornalista e militante política moçambicana, nasceu em Catembe no dia 20 de Setembro de 1926. Morreu em Cascais, em 4 de Dezembro de 2002. É considerada a mãe dos poetas moçambicanos.

Era filha de Clara Brüheim Abranches de Sousa, de uma família de comerciantes com origens germânicas, moçambicanas e goesas, e de António Paulo Abranches de Gama e Sousa, de ascendência goesa, portuguesa e africana, que era alto funcionário do Governo colonial, empregado no Banco Ultramarino.

Quando Noémia de Sousa tinha 6 anos, a família mudou-se para Lourenço Marques (actual Maputo). Depois da morte do pai em 1932, Noémia de Sousa começou a estudar no curso pós-laboral de comércio na Escola Técnica e publicou os primeiros poemas no jornal da escola.

Noémia de Sousa estudou também no Brasil e começou a publicar no jornal “O Brado Africano”.

Na década de 1940, viveu numa casa de madeira e zinco no bairro da Mafalala, em Lourenço Marques. Ali escreveu poemas que se tornariam símbolos nacionalistas africanos como “Deixa passar o meu povo”. Só saiu do bairro por motivos políticos, em 1949.

Entre 1951 e 1964, viveu em Lisboa, onde trabalhou como tradutora, mas, em consequência da sua posição política de oposição ao Estado Novo, teve de exilar-se em Paris, onde trabalhou no consulado de Marrocos. Começa nesta altura a adoptar o pseudónimo de Vera Micaia.

A sua obra está dispersa por muitos jornais e revistas. Colaborou em publicações como “Mensagem” (CEI), “Mensagem” (Luanda), “Itinerário, Notícias do Bloqueio” (Porto, 1959), “O Brado Africano” (Moçambique, 1958), “Vértice” (Coimbra) e “Sul” (Brasil).

Poeta, jornalista de agências de notícias internacionais, viajou por toda a África durante as lutas pela independência de vários países.

Em 1975, regressou a Lisboa, onde trabalhou na Agência Noticiosa Portuguesa.

Em 2001, a Associação dos Escritores Moçambicanos publicou o livro “Sangue Negro”, que reúne a poesia de Noémia de Sousa escrita entre 1949 e 1951.

A sua poesia está representada na antologia de poesia moçambicana “Nunca mais é Sábado”, organizada por Nelson Saúte.

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