EFEMÉRIDE
– Ciro Versiani dos Anjos, jornalista, professor, advogado, cronista,
romancista, ensaísta e memorialista brasileiro, nasceu em Montes Claros no dia
5 de Outubro de 1906. Morreu no Rio de Janeiro em 4 de Agosto de 1994.
Fez os
cursos primários e secundário na cidade natal. Em 1923, foi para Belo
Horizonte, onde cursou Direito na Universidade Federal de Minas
Gerais, licenciando-se em 1932. Durante os anos de faculdade, trabalhou
como funcionário público e jornalista.
Exerceu
a advocacia na terra onde nasceu, voltando depois para Belo Horizonte, onde
regressou à imprensa e ao serviço público, ocupando cargos importantes na
administração estadual.
Em
1933, como redactor de “A Tribuna”, publicou uma série de crónicas, que
seriam o embrião do seu mais famoso romance, “O amanuense Belmiro”,
publicado em 1937. A obra relata a vida de um funcionário público da capital
mineira.
De
1940 a 1946, foi professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de
Filosofia de Minas Gerais.
Em 1946,
transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde voltou a exercer funções burocráticas,
durante o governo do presidente Dutra. Colaborou também em diversos órgãos da
imprensa carioca.
Em
1952, convidado pelo Itamarati,
foi para o México, onde regeu a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade
Autónoma Mexicana. Em 1954, exerceu idêntica função na Universidade de
Lisboa. Aqui, no mesmo ano, publicou o ensaio “A criação literária”.
Ao voltar para o Brasil, em fins de 1955, foi subchefe do Gabinete Civil
do presidente Kubitschek e,
mais tarde, leccionou na Universidade de Brasília e foi membro do Tribunal
de Contas do Distrito Federal.
Reformou-se
em 1976 e voltou a residir no Rio de Janeiro. Não se desligou, porém, das actividades
do ensino, ministrando o curso “Oficina Literária” na Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Como
intelectual, conviveu com a geração de Carlos Drummond de Andrade, João Afonso de
Guimarães e outros notáveis escritores brasileiros. É considerado o romancista
mais subtil e poético da Geração de 30. Entre um conjunto de obras de
denúncia social e de registo das contradições brasileiras, os seus romances
destacam-se pelo lirismo e pela delicadeza do estilo.
Em
1965, ano da criação da Faculdade de Direito da Fundação
Universitária Norte Mineira, os seus primeiros alunos decidiram homenageá-lo,
baptizando a sua associação estudantil de Directório Académico Ciro dos
Anjos.
Entre
os vários galardões recebidos por Ciro dos Anjos, salientam-se o Prémio Academia
Brasileira de Letras (1945), o Prémio Pen Clube do Brasil (1963) e o
Prémio Jabuti da
Câmara Brasileira do Livro (1979). Em Abril de 1969, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras.
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