EFEMÉRIDE
– Amiri Baraka, de seu verdadeiro nome Everett LeRoi Jones, escritor
e crítico musical norte-americano, ligado à Geração Beat e autor de
ensaios contra o racismo e o colonialismo, nasceu em Newark no dia 7 de Outubro
de 1934. Morreu na mesma cidade em 9 de Janeiro de 2014.
Depois
de ter estudado Filosofia e Religião nas Universidades de
Rutgers, Columbia e Howard, sem todavia ter chegado a
licenciar-se, ingressou em 1954 na US Air Force. Uma carta anónima denunciou
as suas convicções comunistas e, consequentemente, recebeu uma punição por «violação
do juramento militar», passando a trabalhar nas cozinhas.
Deixou
a vida militar e passou a frequentar Greenwich Village, o bairro boémio
de Nova Iorque, onde descobriu o jazz e o movimento de poetas da Beat
Generation, que viria a influenciar a sua obra literária.
Em
1958, fundou a editora Totem Press e casou-se com Hettie Jones, com quem
co-editou até 1963 o magazine literário “Yugen”. Em 1960, esteve em
Cuba, visita que fez dele uma pessoa mais engajada politicamente.
Baraka
foi um dos poucos negros a integrar a caravana Beat promovida por Jack
Kerouac e Allen Ginsberg, era vigiado pelo FBI e foi um precursor do
hip-hop e do rap.
Depois
do assassinato de Malcolm X, em 1965, afastou-se dos poetas Beat,
deixou a mulher e foi viver no bairro negro nova-iorquino do Harlem,
juntando-se ao movimento de nacionalismo negro.
Jones
mudou o seu nome em 1967 para Imamu Amear Baraka, mudado mais tarde para Amiri
Baraka quando se converteu ao Islão. No ano anterior, casara-se pela segunda
vez e tornou-se professor da Universidade do Estado de São Francisco.
Foi detido em 1968, em Newark, por porte de arma ilegal e resistência à
autoridade, quando de uma manifestação realizada depois do assassínio de Martin
Luther King. Condenado a 3 anos de prisão efectiva, foi depois absolvido no
seguimento de um recurso.
A
título de professor convidado, ensinou Cultura e Literatura
Afro-americana na Universidade de Columbia. Foi depois professor a
tempo inteiro na Universidade Rutgers. Em 2001, tornou-se membro da Academia
Americana das Artes e das Letras.
Autor
de diversas obras, que vão da poesia ao teatro, passando por contos, ensaios e
historiografia, participou em diversos movimentos sociais dos negros norte-americanos.
Internado
no Newark Beth Israel Medical Center desde Dezembro de 2013, faleceu no
mês seguinte, ao 79 anos.
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