EFEMÉRIDE
– Tomás Gutiérrez Alea, realizador de cinema cubano, nasceu em Havana no dia
11 de Dezembro de 1928. Morreu na mesma cidade em 16 de Abril de 1996.
Dirigiu vários filmes que obtiveram projecção internacional, tornando-se o
realizador cubano mais conhecido do século XX.
Oriundo
de uma família com tradição de empenhamento político durante a luta contra a
ditadura de Fulgencio Batista, Gutiérrez Alea ingressou aos 18 anos na Universidade
de Havana para cursar Direito e seguir as pisadas do pai, um eminente
advogado. A sua paixão porém era o cinema. Depois de concluída a licenciatura
(1951), rumou a Itália, onde estudou Realização no famoso Centro
Sperimentale de Cinematografia de Roma, em pleno apogeu do neo-realismo
italiano.
Regressou
a Cuba em 1955, onde aderiu aos ideais que estiveram na origem da revolução
castrista. Após a instauração do poder socialista na ilha, foi um dos
fundadores do Instituto Cubano da Arte e da Indústria Cinematográficas. Começou
por realizar documentários e deu ao novo cinema do castrismo a sua
primeira longa-metragem – “Histórias da Revolução” (1960).
Nesta
primeira fase da sua carreira, é ainda bem visível a influência neo-realista, a
qual se iria progressivamente atenuando à medida que Alea imprimia um cunho
mais pessoal aos seus filmes, como se pode verificar em “La muerte de un burocrata”
(1966) e “Memorias del subdesarrollo” (1968).
Em
1976, dirigiu “La
Ultima Cena ” que lhe permitiu alcançar visibilidade
internacional, mostrando a sua versatilidade e riqueza de narração. Em 1978,
realizou “Los Sobrevivientes”.
Em
1979, foram organizadas retrospectivas das suas obras no México e em Nova Iorque , tendo
sido convidado para os Festivais de Berlim e de Cannes.
Em
1983, participou na primeira Assembleia Mundial de Realizadores
organizada em Portugal e acabou o filme “Hasta cierto Punto”, que foi
apresentado no ano seguinte nos Festivais de Berlim e de São
Francisco. Cinco anos mais tarde, lançou-se na adaptação de obras do
escritor colombiano Gabriel García Márquez.
Após
adoecer, no início da década de 1990, teve de se socorrer do seu amigo
Juan Carlos Tabío para co-dirigir os seus dois últimos filmes. O primeiro
deles, “Fresa y chocolate” (1993), relata a amizade entre um ingénuo
crente do marxismo contemporâneo e um brilhante artista gay, crítico do regime
socialista, mostrando neste conflito a complexidade dos registos temáticos do
cinema de Gutiérrez Alea. “Fresa y chocolate” tornou-se o primeiro filme
cubano a receber uma nomeação para o Oscar do Melhor Filme Estrangeiro (1995).
Já bastante doente, foi autorizado – pela primeira vez – pelas autoridades
norte-americanas a deslocar-se a Hollywood. Faleceria no ano seguinte.
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