sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

2 DE DEZEMBRO - TWA

EFEMÉRIDEA Trans World Airlines (TWA), companhia aérea norte-americana criada em 13 de Julho de 1925 como Western Air Express, finalizou o seu último voo em Saint Louis às 00h30 de 2 de Dezembro de 2001, encerrando assim uma longa história da aviação.
Foi uma das linhas aéreas mais conhecidas do mundo. Iniciou as suas actividades em Kansas City e, depois, mudou a sua sede/hub para Saint Louis. Teve sedes em Nova Iorque, San Juan de Porto Rico e Los Angeles. Serviu diversas cidades nos EUA, Canadá, América Latina, Europa e Médio Oriente.
Em Abril de 1926, descolou de Los Angeles para Salt Lake City o primeiro voo da Western Air Express (WAE). Em 1929, a WAE adquiriu a Standard Air Lines (fundada em 1925) e, no ano seguinte, associou-se a Transcontinental Air Transport, dando origem a Transcontinental & Western Air, ou simplesmente T&WA.
Operando até então com aparelhos Ford-Trimotor, estes tornaram-se pequenos e desconfortáveis para as principais rotas da empresa. Charles Lindbergh, associado da companhia, foi incumbido de estabelecer as características e solicitar aos fabricantes a construção de um novo avião para 12 passageiros. A Douglas Aircraft Company aceitou o desafio e desenvolveu o DC-2, com capacidade para 14 passageiros.
Foi o salto qualitativo de que a T&WA precisava. Seguiram-se o Douglas DC-3 e o Boeing 307 Stratoliner, do qual a empresa foi um das duas únicas operadoras.
Em 1939, o célebre milionário Howard Hughes comprou a empresa, adquirindo aviões novos e revolucionários como o Constellation e, anos mais tarde, o Convair 880.
Não faltam histórias e factos pitorescos durante os 30 anos em que Hughes esteve à frente da companhia, como principal accionista: em 1946, por exemplo, ele próprio pilotou o voo inaugural do Constellation entre Los Angeles e Nova York, com uma “constelação” de estrelas de Hollywood a bordo.
Logo após a 2ª Guerra Mundial, a T&WA lançou voos internacionais para a Europa, ligando Nova Iorque a Paris, com escalas em Gander e Shannon. Graças à sua crescente participação internacional, passou a adoptar em 1950 o nome Trans World Airlines (TWA).
Os primeiros jactos (Boeing 707) passaram a ser utilizados em Março de 1959, inicialmente em voos domésticos. Em 1970, foi a primeira companhia a operar com o Boeing 747 em rotas domésticas, uma primazia que logo descobriria ter sido um erro pois o 747 era grande demais para este mercado. Em 1972, chegariam os primeiros Lockheed L-1011 Tristar. O Boeing 747 passou então para as rotas do Atlântico Norte (onde continuou a dar prejuízo).
O final da década e os anos 1980 foram particularmente difíceis para a empresa, que foi lenta a responder a uma avalanche de acontecimentos – sobretudo a desregulamentação do mercado americano, a recessão económica e o aumento vertiginoso do preço do combustível. Tudo conspirou para o enfraquecimento financeiro da TWA.
Em 1985, foi adquirida por Carl Icahn, mega investidor de Nova Iorque, que fizera fortuna comprando empresas e revendendo-as aos pedaços. Foi o que fez de novo – a malha internacional da TWA foi delapidada. Até mesmo a prestigiosa e lucrativa rota para Londres foi vendida à American Airlines.
Outro duro golpe foi o acordo feito em 1995 com a Karabu, uma das empresas de Carl Icahn, que logo depois saiu da TWA. Através deste acordo, a Karabu poderia comprar qualquer bilhete da TWA por apenas 55% da tarifa publicada e revendê-lo ao mercado pelo preço que bem entendesse. Foi um massacre.
Os anos 1990 começaram um pouco melhor para a combalida TWA. Um plano de reestruturação da empresa, que incluía a modernização da frota, começava a dar os seus frutos. O acidente com um Boeing 747 em Nova Iorque (1996) deitou tudo a perder. Foi o início de uma curva descendente que culminaria com a venda da empresa à American Airlines, concretizada em Abril de 2001. O voo Honolulu / Saint Louis em 2 de Dezembro foi o ponto final de um longo romance.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...