EFEMÉRIDE
– A Trans World Airlines (TWA), companhia aérea norte-americana
criada em 13 de Julho de 1925 como Western Air Express, finalizou o seu
último voo em Saint Louis
às 00h30 de 2 de Dezembro de 2001, encerrando assim uma longa história da
aviação.
Foi
uma das linhas aéreas mais conhecidas do mundo. Iniciou as suas actividades em Kansas City e, depois,
mudou a sua sede/hub para Saint Louis. Teve sedes em Nova Iorque , San Juan de
Porto Rico e Los Angeles. Serviu diversas cidades nos EUA, Canadá, América
Latina, Europa e Médio Oriente.
Em
Abril de 1926, descolou de Los Angeles para Salt Lake City o primeiro voo da Western
Air Express (WAE). Em 1929, a WAE adquiriu a Standard Air
Lines (fundada em 1925) e, no ano seguinte, associou-se a Transcontinental
Air Transport, dando origem a Transcontinental & Western Air, ou
simplesmente T&WA.
Operando
até então com aparelhos Ford-Trimotor, estes tornaram-se pequenos e
desconfortáveis para as principais rotas da empresa. Charles Lindbergh,
associado da companhia, foi incumbido de estabelecer as características e
solicitar aos fabricantes a construção de um novo avião para 12 passageiros. A Douglas
Aircraft Company aceitou o desafio e desenvolveu o DC-2, com
capacidade para 14 passageiros.
Foi
o salto qualitativo de que a T&WA precisava. Seguiram-se o Douglas
DC-3 e o Boeing 307 Stratoliner, do qual a empresa foi um das duas
únicas operadoras.
Em
1939, o célebre milionário Howard Hughes comprou a empresa, adquirindo aviões
novos e revolucionários como o Constellation e, anos mais tarde, o Convair
880.
Não
faltam histórias e factos pitorescos durante os 30 anos em que Hughes esteve à
frente da companhia, como principal accionista: em 1946, por exemplo, ele
próprio pilotou o voo inaugural do Constellation entre Los Angeles e
Nova York, com uma “constelação” de estrelas de Hollywood a bordo.
Logo
após a 2ª Guerra Mundial, a T&WA lançou voos internacionais
para a Europa, ligando Nova Iorque a Paris, com escalas em Gander e Shannon.
Graças à sua crescente participação internacional, passou a adoptar em 1950 o
nome Trans World Airlines (TWA).
Os
primeiros jactos (Boeing 707) passaram a ser utilizados em Março de
1959, inicialmente em voos domésticos. Em 1970, foi a primeira companhia a
operar com o Boeing 747 em rotas domésticas, uma primazia que logo
descobriria ter sido um erro pois o 747 era grande demais para este
mercado. Em 1972, chegariam os primeiros Lockheed L-1011 Tristar. O Boeing
747 passou então para as rotas do Atlântico Norte (onde continuou a dar
prejuízo).
O
final da década e os anos 1980 foram particularmente difíceis para a
empresa, que foi lenta a responder a uma avalanche de acontecimentos –
sobretudo a desregulamentação do mercado americano, a recessão económica e o
aumento vertiginoso do preço do combustível. Tudo conspirou para o
enfraquecimento financeiro da TWA.
Em
1985, foi adquirida por Carl Icahn, mega investidor de Nova Iorque, que fizera
fortuna comprando empresas e revendendo-as aos pedaços. Foi o que fez de novo –
a malha internacional da TWA foi delapidada. Até mesmo a prestigiosa e
lucrativa rota para Londres foi vendida à American Airlines.
Outro
duro golpe foi o acordo feito em 1995 com a Karabu, uma das empresas de Carl
Icahn, que logo depois saiu da TWA. Através deste acordo, a Karabu
poderia comprar qualquer bilhete da TWA por apenas 55% da tarifa
publicada e revendê-lo ao mercado pelo preço que bem entendesse. Foi um
massacre.
Os
anos 1990 começaram um pouco melhor para a combalida TWA. Um
plano de reestruturação da empresa, que incluía a modernização da frota, começava
a dar os seus frutos. O acidente com um Boeing 747 em Nova Iorque (1996) deitou
tudo a perder. Foi o início de uma curva descendente que culminaria com a venda
da empresa à American Airlines, concretizada em Abril de 2001. O voo
Honolulu / Saint Louis em 2 de Dezembro foi o ponto final de um longo romance.
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