EFEMÉRIDE
– Manuel Pereira da Silva, escultor português, nasceu em Avintes no dia 7 de
Dezembro de 1920. Morreu em 2003. A obra de Manuel Pereira da Silva tem uma
orientação formal abstracta inspirada na figura humana. Em 2000, foi-lhe atribuída
a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Vila Nova de
Gaia.
Em
1939, ingressou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1943, diplomou-se
com 18 valores. Durante o curso foi distinguido com os Prémios António
Teixeira Lopes e António Soares dos Reis.
Em
1947 e 1948, estudou em Paris, na École des Beaux-Arts. Foi professor do
ensino secundário entre 1949 e 1991.
Na sua
obra, reconhecem-se duas orientações distintas nos respectivos propósitos
estéticos – As peças concebidas em conformidade com a tradição académica do
século XIX europeu, em geral respondendo a encomendas, e aquelas que,
conservando de uma forma essencial a figura humana como referência, se afastam
da sua representação naturalista, antes obedecendo a critérios formais de
sentido abstracto e exercitando uma das vias pelas quais o modernismo acedeu à
abstracção pura, entendida como a criação de formas nas quais não se evidencia,
ou não existe de facto, referente figurativo.
As
primeiras esculturas modernistas de Manuel Pereira da Silva surgiram nos anos
pioneiros do abstraccionismo escultórico em Portugal, reconhecidamente
protagonizado, a partir do final dos anos 1940, no Porto, por Arlindo
Rocha, Fernando Fernandes (escultor) e ainda, alguns anos depois, por Aureliano
Lima.
Manuel
Pereira da Silva escreveu certa vez: «Chateia-me estar sempre a fazer o
mesmo, por isso, fui sempre procurando novas linguagens, novas para mim, pelo
menos. Passei a vida a desenhar, mais do que a fazer escultura, desenhei,
desenhei, desenhei. Quando era professor, a minha vida era de casa para as
aulas e das aulas para o atelier, onde normalmente trabalhava quatro a cinco
horas por dia, pelo menos.».
Foi
um dos membros do grupo portuense Independentes (anos 1940).
Alguns dos seus colegas foram figuras que enriqueceram de forma substancial a arte
portuguesa, como Júlio Resende e Nadir Afonso, entre outros. Júlio Resende
diria: «Entre camaradas gerava-se um movimento de inconformismo face à
passividade do burgo. Foi no sentido de contrariar esta situação que entre nós
cresceu a ideia de formação do ‘Grupo dos Independentes’, independentes quanto
aos posicionamentos estilísticos.».
Sem comentários:
Enviar um comentário