domingo, 25 de dezembro de 2016

25 DE DEZEMBRO - ADOLFO LUXÚRIA CANIBAL

EFEMÉRIDEAdolfo Luxúria Canibal, de seu verdadeiro nome Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, advogado, músico, actor, jornalista e escritor português, nasceu em Luanda no dia 25 de Dezembro de 1959.
Cresceu entre Vieira do Minho e Braga e, em 1978, veio viver em Lisboa, para estudar Direito. Esteve na capital portuguesa de 1978 até 1999, onde – após terminar o curso – exerceu a advocacia e a consultoria jurídica. Na qualidade de especialista em Direito do Ambiente, foi orador convidado em diversos congressos e seminários, portugueses e estrangeiros, e professor em cursos de formação, de pós-graduação e de mestrado. Integrou de 1993 a 1999 um Grupo de Peritos Jurídicos da Convenção de Berna, junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo.
No final de 1999, foi habitar em Paris, onde praticou diversos misteres, desde tradutor a actor de figuração, passando por gerente comercial, jornalista, cronista, voz para telemóveis, estudos de mercado, crítico musical e gestor liquidatário de sociedades cinematográficas. No final de 2004, regressou a Braga e à consultoria jurídica, cidade onde reside actualmente.
Entre 1979 e 1982, esteve casado com Eva Machado, bisneta do antigo presidente da República Bernardino Machado, com quem teve uma filha. De 1993 a 2004, viveu com a cineasta francesa Mariana Otero, relação de que nasceu o segundo filho. Actualmente, vive com Marta Abreu, antiga baixista dos grupos Voodoo Dolls e Mão Morta e gestora hoteleira.
Adolfo Luxúria Canibal é, desde 1984, letrista e vocalista do grupo Mão Morta, depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang (1981), Auaufeiomau (1981/84) e PVT Industrial (1984). De 2000 a 2009 e de novo desde 2015, integrou o grupo francês Mécanosphère, como vocalista. Participou ainda como vocalista ou letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell e Jorge Palma.
Encenou e actuou em performances e espectáculos multimédia como “Rococó, Faz o Galo” (1983), “Dos Gatos Brancos que Jazem Mortos na Berma do Caminho de Ferro” (1983), “Labiu e a Pulga Amestrada” (1984) e “Müller no Hotel Hessischer Hof” (1997).
Foi somente actor em “Maldoror” (2007), encenado por António Durães. Protagonizou a peça “Eis o Homem!” da companhia Mundo Razoável, encenada por Marta Freitas (2013). Foi ainda autor de espectáculos de spoken word, a solo (1999) ou com António Rafael (desde 2004), sob a designação de “Estilhaços”.
Participou na concepção colectiva e actuou, com os Mão Morta, José Mário Branco, Fernando Lapa, Amélia Muge e Pacman, no musical “Então Ficamos...”, espectáculo de encerramento da Capital Europeia da Cultura – Guimarães 2012.
Com António Rafael e Miguel Pedro, compôs e actuou no musical “Chão” (2014), um espectáculo com a participação de 70 mulheres de Paredes de Coura, encenado por João Pedro Vaz para o 10º aniversário da companhia de teatro Comédias do Minho.
Em 2002, criou – com António Rafael e Miguel Pedro – a editora independente Cobra, tendo lançado diversos discos dos Mão Morta e de vários outros artistas.
Participou como actor nos filmes “Gel Fatal” de António Ferreira e “O Dragão de Fumo” de José Carlos de Oliveira. Em 2012, foi objecto do documentário “Fado Canibal”, realizado por Timóteo Azevedo.
Escreveu diversos textos para jornais e revistas, como a “Vértice”, sendo – de 2000 a 2004 – correspondente do jornal “Blitz”. Teve uma coluna de opinião no semanário “O Independente” (1999) e manteve, de 2001 a 2004, uma crónica semanal na rádio Antena 3 e, de 2008 a 2010, uma quinzenal na revista “Vidas” do diário “Correio da Manhã”. De 2014 a 2016, escreveu uma crónica quinzenal no semanário “Sol”. Desde Janeiro de 2011, tem uma rubrica mensal na revista “Domingo” do “Correio da Manhã”.
Editou os livros “Rock & Roll”, “Estilhaços”, “Estilhaços e Cesariny” e “Todas as Ruas do Mundo”. Escreveu o prefácio para uma edição de “Os Cantos de Maldoror” do escritor Conde de Lautréamont. Foi autor de uma súmula sobre a história do Parque Nacional da Peneda-Gerês e de um ensaio sobre os romances de Valter Hugo Mãe.
Criou, com o fotógrafo e artista plástico Fernando Lemos, o livro/objecto “Desenho Diacrónico”, editado no Brasil por ocasião da inauguração da sua exposição retrospectiva “Lá e Cá”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Traduziu Heiner Müller (1997) e Vladimir Maiakovski (2006). Coligiu e seleccionou artigos de imprensa e fez o prefácio para o livro “Revista de Imprensa – Os Mão Morta na Narrativa Mediática (1985/2015)”, que faz a biografia dos Mão Morta a partir de notícias, criticas de discos e de concertos, reportagens e entrevistas saídas na imprensa portuguesa durante 30 anos.
Foi considerado em 2003, pelo semanário “Expresso”, como uma das cinquenta personalidades vivas mais importantes da cultura portuguesa. Em 2011, nas Comemorações do Centenário da Universidade de Lisboa, foi um dos 100 ex-alunos convidados para proferir uma palestra no ciclo “100 Lições”, a que deu o título “Profissão: Diletante. Da Música à Conservação da Natureza”.

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