EFEMÉRIDE
– Adolfo Luxúria Canibal, de seu verdadeiro nome Adolfo
Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, advogado, músico, actor, jornalista e
escritor português, nasceu em Luanda no dia 25 de Dezembro de 1959.
Cresceu
entre Vieira do Minho e Braga e, em 1978, veio viver em Lisboa, para estudar Direito.
Esteve na capital portuguesa de 1978 até 1999, onde – após terminar o curso –
exerceu a advocacia e a consultoria jurídica. Na qualidade de especialista em Direito
do Ambiente, foi orador convidado em diversos congressos e seminários,
portugueses e estrangeiros, e professor em cursos de formação, de pós-graduação
e de mestrado. Integrou de 1993 a 1999 um Grupo de Peritos Jurídicos da
Convenção de Berna, junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo.
No
final de 1999, foi habitar em Paris, onde praticou diversos misteres, desde
tradutor a actor de figuração, passando por gerente comercial, jornalista,
cronista, voz para telemóveis, estudos de mercado, crítico musical e gestor
liquidatário de sociedades cinematográficas. No final de 2004, regressou a
Braga e à consultoria jurídica, cidade onde reside actualmente.
Entre
1979 e 1982, esteve casado com Eva Machado, bisneta do antigo presidente da
República Bernardino Machado, com quem teve uma filha. De 1993 a 2004, viveu
com a cineasta francesa Mariana Otero, relação de que nasceu o segundo filho. Actualmente,
vive com Marta Abreu, antiga baixista dos grupos Voodoo Dolls e Mão
Morta e gestora hoteleira.
Adolfo
Luxúria Canibal é, desde 1984, letrista e vocalista do grupo Mão Morta,
depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang
(1981), Auaufeiomau (1981/84) e PVT Industrial (1984). De 2000 a
2009 e de novo desde 2015, integrou o grupo francês Mécanosphère, como
vocalista. Participou ainda como vocalista ou letrista em diversos discos e
espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e
estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell e Jorge
Palma.
Encenou
e actuou em performances e espectáculos multimédia como “Rococó, Faz o Galo”
(1983), “Dos Gatos Brancos que Jazem Mortos na Berma do Caminho de Ferro”
(1983), “Labiu e a Pulga Amestrada” (1984) e “Müller no Hotel
Hessischer Hof” (1997).
Foi somente
actor em “Maldoror” (2007), encenado por António Durães. Protagonizou a
peça “Eis o Homem!” da companhia Mundo Razoável, encenada por
Marta Freitas (2013). Foi ainda autor de espectáculos de spoken word, a
solo (1999) ou com António Rafael (desde 2004), sob a designação de “Estilhaços”.
Participou
na concepção colectiva e actuou, com os Mão Morta, José Mário Branco,
Fernando Lapa, Amélia Muge e Pacman, no musical “Então Ficamos...”,
espectáculo de encerramento da Capital Europeia da Cultura – Guimarães 2012.
Com
António Rafael e Miguel Pedro, compôs e actuou no musical “Chão” (2014),
um espectáculo com a participação de 70 mulheres de Paredes de Coura, encenado
por João Pedro Vaz para o 10º aniversário da companhia de teatro Comédias do
Minho.
Em
2002, criou – com António Rafael e Miguel Pedro – a editora independente Cobra,
tendo lançado diversos discos dos Mão Morta e de vários outros artistas.
Participou
como actor nos filmes “Gel Fatal” de António Ferreira e “O Dragão de
Fumo” de José Carlos de Oliveira. Em 2012, foi objecto do documentário “Fado
Canibal”, realizado por Timóteo Azevedo.
Escreveu
diversos textos para jornais e revistas, como a “Vértice”, sendo – de
2000 a 2004 – correspondente do jornal “Blitz”. Teve uma coluna de
opinião no semanário “O Independente” (1999) e manteve, de 2001 a 2004,
uma crónica semanal na rádio Antena 3 e, de 2008 a 2010, uma quinzenal
na revista “Vidas” do diário “Correio da Manhã”. De 2014 a 2016, escreveu
uma crónica quinzenal no semanário “Sol”. Desde Janeiro de 2011, tem uma
rubrica mensal na revista “Domingo” do “Correio da Manhã”.
Editou
os livros “Rock & Roll”, “Estilhaços”, “Estilhaços e
Cesariny” e “Todas as Ruas do Mundo”. Escreveu o prefácio para uma
edição de “Os Cantos de Maldoror” do escritor Conde de Lautréamont. Foi
autor de uma súmula sobre a história do Parque Nacional da Peneda-Gerês
e de um ensaio sobre os romances de Valter Hugo Mãe.
Criou,
com o fotógrafo e artista plástico Fernando Lemos, o livro/objecto “Desenho
Diacrónico”, editado no Brasil por ocasião da inauguração da sua exposição
retrospectiva “Lá e Cá”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Traduziu Heiner Müller (1997) e Vladimir Maiakovski (2006). Coligiu e
seleccionou artigos de imprensa e fez o prefácio para o livro “Revista de
Imprensa – Os Mão Morta na Narrativa Mediática (1985/2015)”, que faz a
biografia dos Mão Morta a partir de notícias, criticas de discos e de
concertos, reportagens e entrevistas saídas na imprensa portuguesa durante 30
anos.
Foi
considerado em 2003, pelo semanário “Expresso”, como uma das cinquenta
personalidades vivas mais importantes da cultura portuguesa. Em 2011, nas Comemorações
do Centenário da Universidade de Lisboa, foi um dos 100 ex-alunos
convidados para proferir uma palestra no ciclo “100 Lições”, a que deu o
título “Profissão: Diletante. Da Música à Conservação da Natureza”.
Sem comentários:
Enviar um comentário