EFEMÉRIDE
– Joaquim Pedro de Andrade, cineasta brasileiro, nasceu no Rio de
Janeiro em 25 de Maio de 1932. Morreu na mesma cidade em 10 de Setembro de
1988.
O
pai foi o fundador do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional.
Joaquim passou a infância no Rio de Janeiro e em Minas Gerais , entre
os mais importantes intelectuais brasileiros da época. Manuel Bandeira era tão
amigo da família que acabou por ser seu padrinho de crisma.
Em
1950, iniciou a sua licenciatura em Física, no Rio, onde frequentava o
cineclube do Centro de Estudos Cinematográficos. Recebeu a influência de
Plínio Sussekind Rocha, professor de mecânica analítica, teórico do cinema mudo
e fundador do Chaplin Club.
Joaquim
Pedro escrevia sobre cinema no jornal da faculdade e chegou a fazer
experiências como cineasta amador. Namorou Sarah de Castro Barbosa, com quem se
casaria mais tarde. Entre as experiências cinematográficas da época, actuou no
filme “Les Thibault”, de Saulo Pereira de Melo, e trabalhou como
assistente de realização na curta-metragem “Caminhos”, de Paulo César
Saraceni.
A
troca definitiva da Física pelo Cinema viria em 1957, mas – antes
da sua primeira experiência profissional como assistente de realização do filme
“Rebelião em Vila Rica ”
– foi obrigado pelo pai a fazer um estágio em Congonhas, na restauração da obra
“Os Passos da Paixão”, do artista Aleijadinho.
O seu
primeiro filme como realizador foi a curta-metragem “O Poeta do
Castelo e o Mestre de Apipucos”, financiada pelo Instituto Nacional do
Livro. O filme regista a intimidade do poeta Manuel Bandeira e a do
escritor e sociólogo Gilberto Freyre.
Em
1960, produziu a curta-metragem “Couro de Gato”, filmado no morro do
Cantagalo, no Rio de Janeiro, com actores amadores. Contemplado pelo governo francês
com uma bolsa de estudos, foi depois estudar cinema em França.
Em
1963, foi convidado para dirigir o documentário “Garrincha, Alegria do Povo”,
ideia de Luís Carlos Barreto, que o produziu e fez o guião, ao lado de Armando
Nogueira. Em 1965, fundou a produtora Filmes do Serro e iniciou as
filmagens de “O Padre e a Moça”.
Preso
pela ditadura militar em 1969 e libertado alguns dias depois, começou a filmar “Macunaíma”,
o seu maior sucesso segundo a crítica.
No Festival
de Veneza de 1972, o seu filme “Os Conspiradores” recebeu o Prémio
do Comité Internacional de Difusão da Arte e das Letras.
Casou-se
pela segunda vez, em 1976, com a actriz Cristina Ache, com quem teve um casal
de filhos e que dirigiu em “Guerra Conjugal” e “Contos Eróticos”.
Vítima
de cancro num pulmão, morreu aos 56 anos, antes de realizar o seu projecto de
adaptar ao cinema “Casa-Grande e Senzala” de Gilberto Freyre.
Em
2006, durante o Festival Internacional de Cinema de Veneza, foi feita
uma retrospectiva da sua obra. Foram exibidas seis longas-metragens restauradas
em formato digital pela sua filha, a também cineasta Alice de Andrade.
Sem comentários:
Enviar um comentário