EFEMÉRIDE
– Juan Carlos Onetti, romancista uruguaio, morreu em Madrid no dia 30 de
Maio de 1994. Nascera em Montevideu, em 1 de Julho de 1909. Foi considerado
não só o escritor mais importante do seu país, mas também um dos maiores ficcionistas
de língua espanhola no século XX.
O
pai era funcionário da alfândega, descendente de emigrantes Irlandeses (apelido
original O’Nety), e a mãe pertencia a uma família aristocrata luso-brasileira
do estado do Rio Grande do Sul.
Em
1930, casou-se com Maria Amalia Onetti, sua prima, com quem teve um filho,
tendo vivido em
Buenos Aires. Em 1933, divorciaram-se. Voltou a Montevideu e,
um ano depois, casou-se com Maria Julia Onetti, também sua prima, com quem ficou
até 1945. Consorciou-se ainda mais duas vezes, tendo tido mais uma filha.
O
seu primeiro livro, “A Batalha” (1939), contem sérios ataques a William
Faulkner e ao existencialismo, sendo considerado o primeiro romance moderno da
América do Sul.
De
1941 a 1955, voltou a viver em Buenos
Aires. Em 1955, publicou “A Vida Breve”,
obra sobre a fundação de Santa María, uma cidade fictícia, que viria a
perpassar por outras das suas obras. Em 1962, recebeu o Prémio Nacional de
Literatura do Uruguai.
Era
vigiado pela ditadura do seu país desde 1964 e, em 1975, exilou-se em Madrid, depois
de ter sido preso durante seis meses, por fazer parte de um júri literário que
premiara um livro contra o regime. Ficou em Espanha até ao fim dos seus dias,
falecendo numa clínica da capital espanhola. No começo do exílio, exerceu
profissões como porteiro, empregado de mesa e vendedor.
Embora
não tenha chegado a completar o ensino secundário, Onetti apresenta em toda sua
obra uma estrutura original e inovadora, que lhe rendeu o Prémio Cervantes
de Literatura em 1980.
Em
1985, voltou a receber o Prémio Nacional de Literatura do Uruguai e, em
1990, conquistou o Prémio da União Latina de Literatura.
Além
do reconhecimento institucional, Onetti gozava de largo prestígio entre os
escritores latino-americanos, como Gabriel García Márquez (de quem herdou boa
parte da estrutura narrativa) e Juan José Saer. Julio Cortázar, escritor e seu
amigo, costumava dizer que Onetti «era o maior romancista latino-americano».
Desempenhou
várias funções ao longo da sua vida, entre as quais: publicitário, director da Biblioteca
Municipal de Montevideu (desde 1957) e editor do jornal “Marcha”.
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