EFEMÉRIDE
– João Havelange, de seu verdadeiro nome Jean-Marie Faustin Goedefroid
Havelange, advogado, empresário, atleta e dirigente desportivo brasileiro,
nasceu no Rio de Janeiro em 8 de Maio de 1916. Morreu na mesma cidade em 16
de Agosto de 2016.
Havelange
praticou natação e pólo aquático, obtendo uma medalha de bronze nos Jogos
Pan-Americanos de 1955. Como dirigente, destacou-se por ser o sétimo
presidente da FIFA, de 1974 a 1998, precedido no cargo por Sir Stanley
Rous e sucedido por Joseph Blatter. De 1963 a 2011, foi membro do Comité Olímpico
Internacional. Em 1998, foi eleito presidente de honra da FIFA. Era também
adepto e presidente de honra do Fluminense FC.
Filho
de um belga, comerciante de armas radicado no Rio de Janeiro, onde possuía uma
grande propriedade que se estendia pelos actuais bairros de Laranjeiras, Cosme
Velho e Santa Teresa, dedicou-se desde a infância às práticas desportivas.
No Fluminense,
foi escoteiro e atleta, infantil, juvenil e adulto, destacando-se em várias
modalidades, inclusivamente no futebol, sendo campeão carioca juvenil em 1931.
Ainda nesta década, licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito
da Universidade Federal Fluminense e competiu como nadador nas Olimpíadas
de Berlim, em 1936. Brilhou como jogador de pólo aquático nos JO de Helsínquia
(1952), além de chefiar a delegação brasileira em Melbourne 1956.
Posteriormente,
foi dirigente desportivo, inicialmente na Federação Paulista de Natação,
já que residia em São Paulo
desde 1948. Quando voltou ao Rio de Janeiro em 1952, tornou-se presidente da Federação
Metropolitana de Natação e vice-presidente da Confederação Brasileira de
Desportos. Nesta época, além de accionista, ocupava o cargo de director executivo
da Viação Cometa, tradicional empresa de transporte rodoviário de
passageiros que opera nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Paraná.
De
1958 a 1975, presidiu a Confederação Brasileira de Desportos, que
congregava, então, 24 modalidades e não somente o futebol. Durante este
período, o futebol brasileiro atingiu o auge da sua história, sagrando-se Tricampeão
Mundial com a conquista dos Mundiais de 1958 na Suécia, de 1962
no Chile e de 1970 no México.
João
Havelange, após a morte do pai, recebeu convite para dar continuidade aos
negócios do comércio de armamento, mas não aceitou por ter verdadeira aversão a
armas.
Em Setembro
de 1960, foi feito comendador da Ordem da Instrução Pública. Em Novembro
de 1963, foi elevado a grande-oficial da mesma Ordem.
Foi
eleito para o Comité Olímpico Internacional (COI) em 1963, com quase
40 anos de mandato ininterrupto.
Eleito
para a FIFA em 1974, permaneceu à sua frente até 1998. Organizou seis Mundiais,
visitou 186 países e trouxe a China (afastada durante mais de 25 anos por
razões políticas), de regresso à FIFA. Criou também os Campeonatos
Mundiais de Futebol nas categorias infanto-juvenil, juvenil, juniores
e feminina.
Em
Junho de 1991, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Quando
deixou a presidência da FIFA em 1998, já eleito presidente de honra,
passou a dedicar-se ao trabalho filantrópico junto das Aldeias
Internacionais SOS.
Pesquisa
realizada pelo COI, em 1999, apontou Havelange como um dos três maiores
“Dirigentes do Século”, juntamente com o barão Pierre de Coubertin,
fundador do COI e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna,
e o ех-presidente do COI, Juan Antonio Samaranch.
Havelange
recebeu várias condecorações, como a Légion d'Honneur (França), a Ordem
de Mérito Especial em Desportos (Brasil), a comenda da Ordem do Infante
Dom Henrique (1961, Portugal), e foi feito cavaleiro da Ordem de Vasa
(Suécia). Em 2002, a Universidade Federal do Rio de Janeiro outorgou-lhe
o doutoramento honores causa. Foi dado o seu nome a vários estádios
brasileiros.
Em Março
e Abril de 2012, foi hospitalizado no Rio para se tratar de uma infecção no
tornozelo direito, o que exigiu um período nos cuidados intensivos. Em Abril de
2013, renunciou ao cargo de presidente honorário da FIFA por «questões
de saúde e razões pessoais». Havelange foi novamente internado em Junho
de 2014, para se tratar de uma infecção pulmonar e, em Novembro de 2015, com
problemas respiratórios. Morreu aos 100 anos, no seguimento de uma pneumonia.
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