
O pai, médico, e a mãe, tradutora, divorciaram-se quando ele tinha apenas seis anos. Interessando-se pelo cinema desde muito novo, não conseguiu contudo frequentar uma escola de cinema como era seu desejo. Acabou os estudos sem obter o bacharelato e exerceu depois diversos ofícios, entre eles o de jornalista.
Durante a sua carreira realizou 43 filmes, trabalhou como actor de cinema e de teatro, foi cameraman, compositor, designer de produção, editor de cinema, produtor de cinema e director de teatro.
Os seus filmes obtiveram sempre grande sucesso, tendo feito em média um filme em cada cem dias. Fassbinder era um homossexual assumido e o tema foi recorrente nas suas obras. O amor lésbico foi, por exemplo, o tema fundamental do seu filme “As lágrimas amargas de Petra von Kant” rodado em 1971.
As paixões íntimas foram a sua forma de retratar uma época e de dar o testemunho das suas dificuldades económicas, políticas, morais e sexuais. Nele sempre houve um lugar essencial para a mulher, propagando diversas fórmulas para a emancipação feminina. A escritora Susan Sontag considerava Fassbinder uma das grandes referências culturais do século XX.
Fassbinder fez um retrato exaustivo da Alemanha e as suas obras são indispensáveis para entender o país. Situou as suas histórias em locais diversos, retratando todas as classes sociais, como a burguesia, os comerciantes, o proletariado, os pobres, os intelectuais, os jornalistas e os emigrantes. Escreveu igualmente várias peças de Teatro, sobretudo entre 1968 e 1971. A partir de 1972 foi aclamado pela crítica nos Festivais de Berlim, mas foi ignorado pelos júris. Só em 1982, com o antepenúltimo filme (“O Segredo de Veronika Voss”), conseguiu ganhar um “Urso de Oiro”.
Fassbinder foi um dos mais importantes representantes da Novo Cinema Alemão (anos 1960/70).