
Foi homem de múltiplos ofícios: dentista, telegrafista, guarda-livros, notário e Inspector do Ensino Secundário. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando a cultura brasileira através de conferências. Depois de ter estado na Bélgica e na Holanda, entre 1953 e 1956, fixou-se em Itália, onde leccionou Cultura Brasileira nas Universidades de Roma e de Pisa.
Iniciou-se na Literatura escrevendo em várias revistas modernistas (“Terra Roxa”, “Outras Terras”, “Verde” e “Antropofagia”).
Os seus livros “Poemas” (1930), “História do Brasil” (1932) e “Bumba-Meu-Poeta” (escrito em 1930, mas só publicado quase trinta anos depois) são claramente Modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. O primeiro destes livros ganhou o Prémio Graça Aranha.
“Tempo e Eternidade” (1935) marcou a conversão de Murilo Mendes ao Catolicismo. Neste seu livro, o humor diminuiu e os valores visuais do texto foram acentuados.
Nos livros que escreveu a seguir (“Poesia em Pânico” em 1938, “O Visionário” em 1941, “As Metamorfoses” em 1944 e “Mundo Enigma” em 1945), Murilo mostrou já uma influência Cubista.
“Poesia Liberdade” (1947) como alguns outros dos seus livros, escritos sob o impacto da Grande Guerra, espelharam as inquietações de Murilo quanto à situação no Mundo.
Em 1954 publicou “Contemplação de Ouro Preto”, em que modificou de novo o seu estilo e as suas preocupações. Daí por diante, lançou-se em novos processos literários, escrevendo uma poesia de carácter mais rigoroso e despojado, em que se deve salientar “Tempo Espanhol” em 1959. Em 1970 escreveu “Convergência”, um livro de poemas Vanguardistas. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina em 1972, ano em que foi ao Brasil pela última vez.
Murilo Mendes publicou igualmente vários livros de prosa. Parte da sua obra poética está traduzida em italiano e espanhol e foi publicada também em Portugal.
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