
As suas relações contra certos meios austríacos são quase de ódio. Membro do Partido Comunista Austríaco de 1974 até 1991, posicionou-se sempre com violência contra as ideias e a personalidade de Jörg Haider, líder da extrema-direita, aliás recentemente falecido.
O pai era um químico judeu de origem checa, que trabalhava na pesquisa de material de guerra. Certamente devido a este lugar estratégico, escapou às perseguições nazis. Acabou por ser “dominado”, porém, por uma esposa oriunda da burguesia católica, que Elfriede descreve como “despótica e paranóica”. Nunca se libertou do peso dos seus progenitores, detestando-os. Acusava o pai, que morreu num hospital psiquiátrico, de não ter sabido impor-se face a uma mulher castradora e de não a ter sabido proteger da sua prepotência.
Depois de ter seguido estudos musicais no Conservatório de Música, decidiu seguir cursos de Teatro e de História de Arte na Universidade de Viena. Muito cedo, Jelinek se apaixonaria pela literatura e pela escrita. Foi o contacto com os movimentos estudantis que a fez orientar para a carreira de escritora. Cada obra que publicava, dava origem no entanto a grandes polémicas, devido a nítidas conotações de critica social.
O seu raciocínio corrosivo e obsessivo, denunciou a humilhação física e moral que sofriam as mulheres. Em alguns dos seus livros, desenvolveu a dialéctica mestre-escravo, dizendo que ela se reflecte no trabalho, com os empregados, e acaba em casa, com a mulher. Nas suas obras disseca igualmente as ligações ambíguas de certos intelectuais face ao poder político e às teses fascistas.
Dominando perfeitamente as línguas francesa e inglesa, traduziu para alemão, várias peças de teatro francesas e algumas tragédias de Shakespeare.
Foi laureada com numerosos prémios, entre os quais vários troféus de “Melhor Dramaturga”. Ganhou igualmente o “Prémio Heinrich Böll 1986”, o “Prémio Georg Büchner 1998” e o “Prémio Heinrich Heine 2002”, pelas suas contribuições para a divulgação da língua alemã. Desculpando-se com razões de saúde, não se deslocou a Estocolmo para receber o Prémio Nobel, fazendo-se representar pela sua Editora. «Obviamente que na Áustria tentarão explorar a honra que me foi concedida, mas é necessário recusar esta forma de publicidade» - declarou quando anunciou a sua ausência na cerimónia. Enviou no entanto à Academia Sueca e à Fundação Nobel um vídeo de agradecimentos.
O seu romance mais vendido “A Pianista” foi adaptado ao cinema em 2001. Jelinek participou igualmente na adaptação cinematográfica de várias outras das suas obras. Além de Romances e Peças de Teatro, escreveu também Poesia.
Sem comentários:
Enviar um comentário