
Recebeu os primeiros ensinamentos de música de seu pai, que era cantor na sinagoga da cidade. Aos doze anos, já era um exímio violoncelista e a família decidiu mandá-lo para o Conservatório de Paris, onde poderia receber uma melhor educação musical. Um ano depois, já actuava na orquestra da “Opéra-Comique”. Entretanto, mudou de identidade (Jacob para Jacques), sendo o apelido uma homenagem à terra natal de seu pai (Offenbach am Main).
Foi considerado pela crítica como o "Liszt do violoncelo". Compôs várias obras para este instrumento e actuou nas principais capitais europeias. Na corte londrina, apresentou-se para a Rainha Vitoria I e para o príncipe Alberto.
No fim da década de 1850, foi estreada a primeira opereta de Offenbach, “Orfeu no Inferno”, em que um dos temas musicais, o Can-Can, adquiriu fama mundial. No espaço de dez anos, escreveu cerca de cem operetas, a maioria das quais com grande sucesso. Compôs igualmente muitas músicas de dança (quadrilhas, polcas e valsas).
A derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870 e os incêndios da Comuna de Paris trouxeram uma profunda depressão a Offenbach que, apesar das suas raízes alemãs, se considerava um verdadeiro parisiense.
Com a sua fortuna delapidada, Offenbach arrependeu-se muitas vezes de ter desperdiçado o seu talento, compondo músicas populares e de gosto duvidoso. Atraído pelas histórias fantásticas do escritor e compositor alemão Hoffmann, lançou-se então febrilmente na composição de uma ópera séria que ficasse como seu testamento para a posteridade. Já com 60 anos e muito doente, trabalhou com afinco para concluir “Os contos de Hoffmann”. Não assistiu à sua montagem por ter falecido quatro meses antes da estreia. A ópera seria considerada o maior evento da temporada, atingindo o recorde de 101 representações.
Muitas das suas obras não chegaram até aos nossos dias e mesmo a partição dos “Contos de Hoffmann”, que se julgava ter sido destruída num incêndio em 1887, só foi encontrada em 2004 nos arquivos da Ópera Nacional de Paris. A versão alemã tinha sido devorada pelas chamas de um incêndio na capital austríaca, em 1881, o que veio conferir à obra uma reputação de “maldita”.
Muitos dos seus temas musicais foram adaptados também ao ballet, o mais célebre sendo porventura “Gaîté parisienne”, realizado para os Ballets Russos.
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