
Henrik teve uma infância tranquila até aos oito anos de idade, época em que o negócio do pai abriu falência e a família se viu obrigada a viver mais modestamente. Tal mudança influenciou o comportamento de Ibsen que, sendo já tímido por natureza, ainda se tornou mais isolado e taciturno. A atmosfera familiar também não era fácil, pois o pai, de tipo dominador, tornou-se alcoólico. A mãe, uma mulher submissa, buscava conforto na religião.
Na adolescência, Ibsen interessou-se pela teologia e passava todos os seus momentos livres a ler a Bíblia. Teve, porém, pouco tempo para se dedicar aos estudos, em virtude das precárias condições da família. Aos dezasseis anos, foi obrigado a escolher uma profissão, mudando-se para a cidade de Grimstad, onde trabalhou como aprendiz de farmacêutico durante cinco anos.
Ibsen pretendeu estudar medicina, mas foi reprovado nos exames de admissão à universidade e passou a dedicar-se à literatura. A sua primeira obra para teatro “Catilina”, escrita em 1849, não foi bem recebida pelos editores. Já a sua segunda peça, “Túmulo de gigantes”, com um só acto, foi representada em 1850 no Teatro Real de Christiania, actual Oslo. Escreveu algumas sátiras e uma epopeia, granjeando popularidade. Foi designado para director de um pequeno teatro de Bergen, o Den Nationale Scene, para o qual escreveu quatro peças.
“A festa em Solhang”, em 1856, foi o seu primeiro grande êxito teatral. Ibsen voltou para Christiania e assumiu a direcção do Norwegian Theatre em 1857. Após este teatro ter acabado, foi nomeado director do Christiania Theatre, escrevendo então “Os guerreiros em Helgoland” e a sátira “A comédia do amor”.
Em 1861, descontente com as suas dívidas e doenças e desanimado com a pouca valorização atribuída ao que escrevia, chegou a pensar no suicídio. Acabou por ir para Roma em 1864, com uma bolsa de estudos. Voltou depois para Dresden, onde viveu sete anos, começando a sua fase de dramas modernos. Destaca-se “Casa de bonecas”, em 1879, onde se mostrou um defensor das causas feministas e alcançou grande prestígio internacional. As suas peças passaram a ser representadas quase simultaneamente nas principais capitais europeias.
Após ter viajado por toda a Escandinávia, Áustria, Itália e Alemanha, fixou-se em Munique em 1885, só voltando à Noruega em 1891. Em 1894 escreveu “O Pequeno Eyolf”, onde criticou o papel social da família no século XIX.
Em 1899, Ibsen escreveu a sua última obra: “Quando despertarmos de entre os mortos”. Em 1902 foi nomeado para o Prémio Nobel de Literatura. Em 1903, após um terceiro derrame cerebral, perdeu a faculdade de escrever, tendo morrido três anos depois. Foi sepultado com honras de Estado.
Sem comentários:
Enviar um comentário