
Vita foi uma mulher complexa emocionalmente, de múltiplas e profundas paixões. A mais forte e duradoura foi, no entanto, para o seu marido, Harold Nicolson, o seu "porto de abrigo" das tempestuosas relações lésbicas que por vezes mantinha. Casara-se em 1913 e foram viver para Constantinopla. Nicolson foi diplomata, jornalista, deputado e autor de biografias e romances. Era, como Vita, bissexual e o casamento era o que hoje se chamaria um “casamento aberto”. Ambos tiveram vários casos de relações homossexuais fora do casamento, com conhecimento do cônjuge. Estas relações não afectaram de nenhuma forma a relação de proximidade e confiança entre os dois, como se pode verificar pela profusa correspondência quase diária e por uma entrevista que o casal concedeu à rádio BBC depois da Segunda Guerra Mundial. Eram verdadeiramente dedicados um ao outro e Nicolson acabou por desistir da sua carreira diplomática para poder viver ininterruptamente com Vita, liberto das longas e solitárias missões diplomáticas no estrangeiro.
Regressaram a Inglaterra em 1914 e adquiriram uma propriedade em Long Barn, onde residiram até 1930. Na década de 1930, o casal comprou e passou a morar em Sissinghurst Castle. Aí criaram os reputados jardins que são hoje propriedade do National Trust for Places of Historic Interest or Natural Beauty e que são os jardins mais visitados de Inglaterra.
A primeira grande e verdadeira amiga de Vita foi Rosamund Grosvenor, que era quatro anos mais velha. A sua relação secreta terminou com o casamento de Vita, em 1913. A relação lésbica que teve um impacto mais profundo e duradouro na sua vida pessoal, aconteceu com a romancista Violet Trefusis. Conheceram-se quando Vita tinha ainda doze anos e Violet dez, tendo sido colegas de escola durante vários anos. A sua relação iniciou-se ainda na adolescência e prolongou-se pela vida fora. Já casadas, partiram juntas por várias vezes a partir de 1918, a maior parte das vezes para França, onde Sackville-West se vestia com roupas de homem, fingindo ser um jovem rapaz. Esta relação acabou por ser muito problemática, com Trefusis perseguindo obsessivamente Vita, não desistindo mesmo depois de ela se ter apaixonado por outras mulheres.
Curiosamente Nigel, filho de Vita, elogiou sua mãe: «Lutou pelo direito de amar, homens e mulheres, rejeitando as convenções de exclusividade exigidas pelo casamento, de que as mulheres devem amar apenas homens, e os homens apenas mulheres. Como poderia ela lamentar que as suas opiniões chegassem hoje aos ouvidos de uma nova geração, uma geração infinitamente mais compreensiva que a sua própria?».
A relação mais recordada foi com a famosa escritora Virginia Woolf, no final da década de 1920.
A paixão de Vita pela jardinagem e pela arquitectura rendeu-lhe quase mais fama que a sua obra literária. Em 1946 iniciou uma coluna semanal no The Observer intitulada “No seu jardim”, que influenciou profundamente a prática da arte da jardinagem na Inglaterra do seu tempo.
Em 1946, Sackville-West foi condecorada com a Ordem dos Companheiros de Honra pelos serviços prestados à literatura inglesa.
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