EFEMÉRIDE
– Carlos Alberto Serra de Oliveira, escritor português, morreu em
Lisboa no dia 1 de Julho de 1981. Nascera em Belém do Pará, no Brasil, em 10
de Agosto de 1921.
Filho
de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para Portugal. A família fixou-se
em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exercia
medicina. Em 1933, mudou-se para Coimbra, onde permaneceu durante quinze anos,
a fim de prosseguir os estudos. Em 1941, ingressou na Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra, onde estabeleceu amizade com os
escritores Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora. Em 1947, licenciou-se
em Ciências
Histórico-Filosóficas , instalando-se definitivamente em
Lisboa, no ano seguinte. Em 1949, casou-se com Ângela, uma jovem madeirense que
conhecera nos bancos da faculdade, sua companheira e futura colaboradora
permanente.
Data
de 1942 o seu primeiro livro de poemas, intitulado “Turismo”, com
ilustrações de Fernando Namora e integrado na colecção poética de 10 volumes do
“Novo Cancioneiro”, iniciativa colectiva que, em Coimbra, assinalava o
advento do movimento neo-realista.
Em
1937, já publicara em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, um pequeno
livro de contos, “Cabeças de Barro”. Em 1943, publicou o seu primeiro
romance, “Casa na Duna”, 2º volume da colecção dos “Novos Prosadores”.
No ano seguinte, foi publicado o seu romance “Alcateia”, que viria a ser
apreendido pelo regime do Estado Novo. Neste mesmo ano, publicou a
segunda edição de “Casa na Duna”.
Em
1945, um novo livro de poesias, “Mãe Pobre”. Os anos seguintes foram,
para Carlos de Oliveira, bem profícuos quanto à integração e afirmação no grupo
que veiculava um novo humanismo, com a participação nas revistas “Seara Nova”
e “Vértice”, além da colaboração no livro de Fernando Lopes Graça “Marchas,
Danças e Canções”, uma antologia com vários poemas musicados pelo maestro.
Em
1953, publicou “Uma Abelha na Chuva”, um romance unanimemente
reconhecido como uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do
século XX, Este livro foi integrado no programa da disciplina de Português
no ensino secundário.
Em
1957, organizou – juntamente com José Gomes Ferreira – os “Contos
Tradicionais Portugueses”, alguns deles posteriormente adaptados ao cinema pelo
realizador João César Monteiro.
Em
1968, publicou dois novos livros de poesia, “Sobre o Lado Esquerdo” e “Micropaisagem”,
e colaborou com o realizador Fernando Lopes na adaptação cinematográfica de “Uma
Abelha na Chuva”. Em 1971, foi editado “O Aprendiz de Feiticeiro”,
colectânea de crónicas e artigos, e “Entre Duas Memórias”, livro de
poemas, que lhe vale o Prémio da Casa da Imprensa.
Em
1976, reuniu toda a sua poesia em dois volumes, sob o título de “Trabalho
Poético”, juntando aos seus poemas anteriores, os inéditos reunidos em “Pastoral”,
publicado autonomamente no ano seguinte.
O
seu último romance, “Finisterra” (1978), proporcionou-lhe o Prémio
Cidade de Lisboa (1979).
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