EFEMÉRIDE
– Charlotte Perkins Gilman, socióloga, conferencista e escritora
norte-americana, nasceu em Hartford no dia 3 de Julho de 1860. Morreu em Pasadena,
em 17 de Agosto de 1935. Grande romancista, também escreveu contos, poesias e ensaios.
Foi
uma feminista antes do tempo, numa época em que as suas acções não condiziam ainda
com as atitudes das mulheres. Serviu de modelo para futuras gerações feministas,
em virtude dos seus conceitos não ortodoxos e do seu estilo de vida. O seu
trabalho mais famoso é o conto semi-autobiográfico “O Papel de Parede
Amarelo” (1892).
Tendo
por origem uma família da burguesia intelectual da Nova Inglaterra, Charlotte e
o irmão, ainda crianças, viram o pai abandonar o lar, deixando a família numa
situação muito precária. A mãe não conseguia, sozinha, sustentar a casa, mas
foi ajudada pela restante família. As tias Isabella (uma sufragista), Harriet
Beecher Stowe (escritora, autora do romance “A Cabana do Pai Tomás”) e Katherine (conhecida por
escrever obras sobre a educação das mulheres) estiveram muito presentes durante
a infância dos sobrinhos.
Charlotte
aprendeu a ler praticamente sozinha. A mãe recomendava aos dois filhos para não
manterem laços muito afectuosos com as outras crianças e proibia-lhes a leitura
de romances. Na sua autobiografia “A Vida de Charlotte Perkins Gilman”, a
escritora conta que a mãe só os acarinhava e beijava quando julgava que eles já
estavam a dormir.
Charlotte
frequentou várias escolas públicas e seguiu alguns cursos por correspondência,
por intermédio da Society to Encourage Studies at Home. A sua
inteligência e cultura geral impressionavam os professores que, no entanto,
estranhavam as suas notas muito baixas.
Em
1878, com 18 anos, ingressou na escola de design de Rhode Island graças ao
apoio financeiro do pai, que retomara o contacto com ela. Dedicava-se sobretudo
à feitura de cartões de visita artísticos e à pintura.
Em
1884, casou-se com Charles Walter Stetson. Desta união nasceu apenas imã filha,
Katherine. Charlotte sofreu de uma depressão pós-parto. Foi esta parte da sua
vida que a inspirou para escrever o conto “O Papel de Parede Amarelo”,
que seria reeditado várias vezes e publicado em diversas antologias.
Em
1888, o casal separou-se, concretizando o divórcio em 1894. Charlotte mudou-se
para Pasadena na Califórnia, Aderiu às lutas conduzidas por várias organizações
feministas e reformadoras. Escrevia igualmente para o “Bulletin”, jornal
publicado pela Pacific Coast Woman's Press Association.
Em
1894, enviou a filha para viver com o pai e a sua nova esposa (uma das melhores
amigas de Charlotte). Escreveu então num seu diário: «A segunda mamã será tão
boa como a primeira e Katherine fará a felicidade do casal».
Voltou
para a costa Leste dos Estados Unidos, onde não ia há 8 anos. Procurou um
primo, advogado em Wall
Street , que não via há muito tempo. Passaram a estar muito
tempo juntos e começaram uma relação amorosa, muitas vezes por carta. Casaram
em 1900 e ficaram a viver em Nova Iorque. O
marido morreu anos depois, subitamente, vítima de uma hemorragia cerebral.
Charlotte regressou a Pasadena, onde habitava a filha.
Em
1932, foi-lhe diagnosticado um cancro incurável num seio. Partidária da
eutanásia na fase terminal das doenças, suicidou-se em Agosto de 1935.
Para
além da vasta obra literária que escreveu, Charlotte era convidada assiduamente
para dar conferências. O seu nome está inscrito no National Women's Hall of
Fame.
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