EFEMÉRIDE
– Maria de Jesus Simões Barroso Soares, actriz, professora e
activista política e social portuguesa, morreu em Lisboa no dia 7 de Julho de
2015. Nascera na Fuseta em 2 de Maio de 1925. Esposa de Mário Soares, foi
primeira-dama de Portugal de 1986 a 1996.
Era
filha de Alfredo José Barroso, de Alvor, oficial do exército, e tia do político
Alfredo Barroso, do cineasta Mário Barroso e do médico cirurgião Eduardo
Barroso.
Frequentou
os liceus D. Filipa de Lencastre e Pedro Nunes, em Lisboa, diplomando-se
depois em Arte
Dramática , na Escola de Teatro do Conservatório
Nacional (1943). Licenciou-se em Ciências
Histórico-Filosóficas , na Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa (1951).
Na faculdade,
conheceu Mário Soares, com o qual se casou por procuração em Fevereiro de 1949,
quando ele se encontrava preso por motivos políticos. Tiveram dois filhos: João,
que seguiu a carreira política, e Isabel, professora, que sucedeu a sua mãe
como directora do Colégio Moderno.
Maria
Barroso foi actriz na Companhia Rey Colaço -Robles Monteiro, sediada no Teatro
Nacional D. Maria II, onde se estreou em 1944, na peça de Jacinto Benavente
“Aparências”, sob a direcção de Palmira Bastos. No cinema, teve
participações em filmes de Paulo Rocha e de Manoel de Oliveira.
Em 1969,
foi candidata a deputada pela Oposição Democrática e participou no III
Congresso daquela organização em 1973, em Aveiro, tendo sido a única mulher
a intervir na sessão de abertura. No mesmo ano, esteve em Bad Münstereifel ,
na Alemanha, quando da fundação do Partido Socialista. Depois da Revolução
dos Cravos, foi eleita deputada à Assembleia da República, pelos círculos
de Santarém, Porto e Faro, nas legislaturas iniciadas em 1976, 1979, 1980 e
1983.
Como
primeira-dama, empenhou-se na defesa do sentido de família, intervindo nos
países de língua portuguesa. Em 1990, criou o movimento Emergência
Moçambique. Em 1995, presidiu à abertura do ciclo de realizações do Ano
Internacional de Luta contra o racismo, a xenofobia, o anti-semitismo e a
exclusão social.
Depois
de deixar o Palácio de Belém, em 1997, presidiu a Cruz Vermelha Portuguesa,
cargo que exerceu até 2003. Foi ainda presidente da Fundação Aristides de
Sousa Mendes.
Foi
distinguida com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de
Lesley (Maio de 1994), pela Universidade de Aveiro (Dezembro de
1996) e pela Universidade de Lisboa (Novembro de 1999). Foi professora honorária
da Sociedade de Estudos Internacionais de Madrid. Recebeu a Grã-Cruz
da Ordem da Liberdade em Março de 1997.
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