EFEMÉRIDE
– Georges Haldas, escritor, filósofo e tradutor suíço, nasceu em Genebra,
no dia 14 de Agosto de 1917. Morreu em Le Mont-sur -Lausanne, em
24 de Outubro de 2010.
De
pai com origem grega e de mãe suíça, viveu até aos nove anos na ilha de Cefalónia,
na Grécia. Depois, mudou-se com os pais para Genebra, onde viveu grande parte da
sua vida. Sucessivamente, trabalhou para uma agência de notícias, exerceu a
função de revisor, professor, livreiro e jornalista. Após ter residido muitos
anos em Genebra, Paris e Itália, no final da sua vida mudou-se para
Mont-sur-Lausanne onde, até ao fim, viveu com a sua companheira, a também
escritora, Catherine de Perrot Challandes.
Como
poeta, ensaísta e tradutor, Georges Haldas foi autor de uma produção literária muito
rica e expressiva sobre a existência humana, que compreende catorze colectâneas
de poemas (transformadas em antologia no ano 2000, com a publicação de sua “Poesia
Completa”), traduções, ensaios, quarenta e cinco crónicas e os “Cadernos”
intitulados “O Estado de Poesia”.
Georges
Haldas explicava a criação da sua obra pela indissociável herança genética greco-suíça.
O pai passava longas horas falando-lhe de questões metafísicas, enquanto a mãe
se mostrava, sobretudo, receptiva em relação à poesia do quotidiano.
Depois
dos estudos clássicos, Haldas inscreveu-se no curso de Letras da Universidade
de Genebra. Numa certa época, pensou em se tornar teólogo ou tentar uma
carreira no futebol, paixão desportiva transmitida pelo pai. Aos vinte anos, porém,
passou a dedicar definitivamente a sua vida à arte da escrita, quando um dos
seus professores o iniciou no estudo da Poesia.
Georges
Haldas escrevia essencialmente nas mesas dos cafés de Genebra, que frequentava
quase todos os dias. Escrevia cerca de cinco horas diariamente. O resto do
tempo, dedicava-o a viver, a fim de poder transmitir nos seus escritos as
experiências vividas.
Ele
foi sobretudo um poeta e sonhava com um mundo onde os homens fossem iguais,
apesar das diferenças de origem familiar, social e de talento. Esta atitude
poética fez despertar nele o engajamento pela causa humana, denunciando regularmente
tudo o que pudesse minar a igualdade e a dignidade dos homens.
Mesmo
não exercendo uma militância directa nos meios políticos, apoiou – nos tempos
da Guerra Fria – a coexistência pacífica com a União Soviética. Mais
tarde, as efervescências no Médio Oriente preocuparam-no igualmente. «Enquanto
os palestinos não tiverem uma terra, como Israel tem a sua, não haverá paz»,
repetia. «A paz do mundo passa hoje pelo Médio Oriente. É sobre isso que
temos de concentrar a nossa atenção», afirmava também.
Recebeu
duas vezes o Prémio Schiller (1971 e 1977). È reconhecido como um dos
mestres contemporâneos dos diários e das autobiografias. Foi galardoado
igualmente com o Grande Prémio de Genebra (1971) e com o Prémio
Édouard-Rod 2004 pelo conjunto da sua obra.
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