sexta-feira, 19 de agosto de 2016

19 DE AGOSTO - NANNI MORETTI

EFEMÉRIDEGiovanni NanniMoretti, actor, realizador, produtor e distribuidor de cinema italiano, nasceu em Brunico no dia 19 de Agosto de 1953. Cresceu em Roma e, desde a adolescência, cultivou as suas grandes paixões – o pólo aquático e o cinema.
Após ter estudado no liceu, Giovanni filmou em 1973 uma película em Super 8, utilizando uma câmara que comprara com o dinheiro da venda da sua colecção de selos. O filme (“La sconfita”) conta a história, em termos cómicos, da crise de um militante de Maio de 1968. Depois, filmou outra curta-metragem, “Pâté de bourgeois”, relatando a vida de um casal em crise e dos seus amigos.
Em 1974, fez a média/metragem “Come parli frate?”, parodiando o clássico da literatura italiana “I promessi sposi”, de Alessandro Manzoni.
Em 1976, filmou em Super 8 a sua primeira longa-metragem, “Io sono un autarchico”. Neste mesmo ano, chamou a atenção dos cineastas Paolo e Vittorio Taviani, que lhe ofereceram um papel em “Padre Padrone”.
Em Maio de 1978, foi lançado em Roma o seu primeiro filme com produção profissional, “Ecce Bombo”, apresentado no Festival de Cannes, onde obteve um inesperado sucesso.
Em 1981, fez “Sogni d'oro”, o seu primeiro filme em 35 mm, com o qual recebeu o Leão de Ouro – Grande Prémio Especial do Júri, no Festival de Veneza.
Em 1985, lançou “La messa è finita”, que conquistou o Urso de Prata do Festival de Berlim de 1986. Neste mesmo ano, fundou – juntamente com Angelo Barbagallo – a Sacher Film, uma produtora com o objectivo de dar espaço ao cinema engajado de novos realizadores.
Em 1991, participou como protagonista na película “Il portaborse”, de Daniele Luchetti. No mesmo ano, passou a administrar um cinema em Roma, o Nuovo Sacher, com a intenção de dar lugar a filmes independentes, com um centro de debates, livraria temática, etc.
Em 1993, realizou “Caro Diário”, filme que comporta 3 episódios de carácter autobiográfico, nos quais Moretti se interpreta a si próprio. O filme conquistou o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes do ano seguinte, o que lhe deu definitivamente grande notoriedade internacional. Em 1994, foi-lhe diagnosticada a doença de Hodgkin, uma espécie de cancro. 
Em 1995, produziu e interpretou “La seconda volta”, obra-prima de Mimmo Calopresti, que trata do encontro casual entre a vítima de um atentado e um dos terroristas, provavelmente inspirado numa história real. Em 1998, fundou uma sociedade de distribuição cinematográfica, especialmente destinada a filmes de autor.
Em 2001, realizou “O quarto do filho”, onde descreve os efeitos que a morte acidental de um filho provoca numa família da classe média. O filme recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Nanni Moretti é uma personalidade eminente do cinema europeu, alternando – nas suas obras – dramas, sátiras e a pura militância. As suas longas-metragens conciliam a tradição neo-realista e os códigos da comédia à italiana, representando ainda uma crónica vasta e subjectiva da Itália politizada entre Maio de 1968 e o começo do século XXI. Ao longo da sua carreira recebeu cerca de 30 prémios. Tem feito parte dos júris de vários festivais cinematográficos, por vezes como presidente.
Em 2011, realizou a comédia “Habemus Papam”, que narra os problemas de um papa francês depressivo, protagonizado por Michel Piccoli e que foi considerado o Melhor Filme do Ano pela conceituada revista “Les Cahiers du cinéma”.
Mais recentemente, em 2015, Nanni Moretti apresentou – no Festival de Cannes – o filme “Mia madre”, recebendo um Prémio Especial do Júri.

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