EFEMÉRIDE
– Giovanni “Nanni”
Moretti, actor, realizador, produtor e distribuidor de cinema italiano,
nasceu em Brunico no dia 19 de Agosto de 1953. Cresceu em Roma e, desde a
adolescência, cultivou as suas grandes paixões – o pólo aquático e o cinema.
Após
ter estudado no liceu, Giovanni filmou em 1973 uma película em Super 8, utilizando
uma câmara que comprara com o dinheiro da venda da sua colecção de selos. O
filme (“La sconfita”) conta a história, em termos cómicos, da crise de
um militante de Maio de 1968. Depois, filmou outra curta-metragem, “Pâté
de bourgeois”, relatando a vida de um casal em crise e dos seus amigos.
Em
1974, fez a média/metragem “Come parli frate?”, parodiando o clássico da
literatura italiana “I promessi sposi”, de Alessandro Manzoni.
Em
1976, filmou em Super 8 a sua primeira longa-metragem, “Io sono un
autarchico”. Neste mesmo ano, chamou a atenção dos cineastas Paolo e
Vittorio Taviani, que lhe ofereceram um papel em “Padre Padrone”.
Em Maio
de 1978, foi lançado em Roma o seu primeiro filme com produção profissional, “Ecce
Bombo”, apresentado no Festival de Cannes, onde obteve um inesperado
sucesso.
Em
1981, fez “Sogni d'oro”, o seu primeiro filme em 35 mm, com o qual recebeu
o Leão de Ouro – Grande Prémio Especial do Júri, no Festival de
Veneza.
Em
1985, lançou “La messa è finita”, que conquistou o Urso de Prata
do Festival de Berlim de 1986. Neste mesmo ano, fundou – juntamente com
Angelo Barbagallo – a Sacher Film, uma produtora com o objectivo de dar
espaço ao cinema engajado de novos realizadores.
Em
1991, participou como protagonista na película “Il portaborse”, de
Daniele Luchetti. No mesmo ano, passou a administrar um cinema em Roma, o Nuovo
Sacher, com a intenção de dar lugar a filmes independentes, com um centro
de debates, livraria temática, etc.
Em
1993, realizou “Caro Diário”, filme que comporta 3 episódios de carácter
autobiográfico, nos quais Moretti se interpreta a si próprio. O filme conquistou
o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes do ano
seguinte, o que lhe deu definitivamente grande notoriedade internacional. Em
1994, foi-lhe diagnosticada a doença de Hodgkin, uma espécie de cancro.
Em
1995, produziu e interpretou “La seconda volta”, obra-prima de Mimmo
Calopresti, que trata do encontro casual entre a vítima de um atentado e um dos
terroristas, provavelmente inspirado numa história real. Em 1998, fundou uma
sociedade de distribuição cinematográfica, especialmente destinada a filmes de
autor.
Em
2001, realizou “O quarto do filho”, onde descreve os efeitos que a morte
acidental de um filho provoca numa família da classe média. O filme recebeu a Palma
de Ouro do Festival de Cannes.
Nanni
Moretti é uma personalidade eminente do cinema europeu, alternando – nas suas
obras – dramas, sátiras e a pura militância. As suas longas-metragens conciliam
a tradição neo-realista e os códigos da comédia à italiana, representando ainda
uma crónica vasta e subjectiva da Itália politizada entre Maio de 1968 e
o começo do século XXI. Ao longo da
sua carreira recebeu cerca de 30 prémios. Tem feito parte dos júris de vários
festivais cinematográficos, por vezes como presidente.
Em
2011, realizou a comédia “Habemus Papam”, que narra os problemas de um
papa francês depressivo, protagonizado por Michel Piccoli e que foi considerado
o Melhor Filme do Ano pela conceituada revista “Les Cahiers du cinéma”.
Mais
recentemente, em 2015, Nanni Moretti apresentou – no Festival de Cannes –
o filme “Mia madre”, recebendo um Prémio Especial do Júri.
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