Na
qualidade de “Architeto das Reaes Obras”, foi o principal responsável
pela arquitectura e acompanhamento dos edifícios monumentais que então se
construíram em Portugal no século XVIII.
Filho
dos alfaiates Domingos João e Mariana de Oliveira da Purificação, cresceu em
Barcarena e, apesar de ser oriundo de uma família modesta, o ofício dos pais
permitiu-lhe adquirir os estudos necessários para, em 1750, ter sido capaz de
se habilitar a um processo de Leitura de Bacharéis para o cargo de Inquiridor
e Distribuidor da cidade de Coimbra, que daria impulso à sua carreira e lhe
abriria as portas para os futuros trabalhos.
Foi
o principal discípulo de João Frederico Ludovice (1673/1752), durante a
construção do Palácio Nacional de Mafra, que rivalizou a construção do Palácio
Real do Escorial. Oliveira exprimiu-se especialmente através dos estilos
arquitectónicos barroco e rococó.
Foi
como arquitecto da Casa do Infantado, à época do infante D. Pedro, irmão
do rei José I, que projectou a obra pela qual é mais conhecido, o Palácio
Real de Queluz. Este ainda não havia sido concluído quando, na decorrência
do terramoto de 1755, o arquitecto foi requisitado pelo Marquês de Pombal para
colaborar nos trabalhos de reconstrução de Lisboa. Como arquitecto do Senado
da Câmara desta cidade, esboçou a nova Igreja de Santo António de Lisboa,
cuja fachada revela forte influência de Borromini, uma das suas principais
fontes de inspiração.
Em
1779, criou a planta da Basílica da Estrela, em Lisboa. A igreja
permaneceu incompleta até à época da morte de Oliveira, mas foi continuada por
Reinaldo Manuel dos Santos (1731/1791), responsável pelos detalhes clássicos da
fachada. Outro projecto notável de sua autoria foi a Igreja de Santa
Quitéria, em Meca (Alenquer).
Mateus
Vicente de Oliveira concebeu ainda a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em
Lisboa, e respondeu pela remodelação das Igrejas do Mosteiro do Lorvão,
em Penacova, e de Santa Luzia e São Brás, em Lisboa.
Já
no âmbito da ourivesaria, é atribuído ao arquitecto o desenho de pelo menos
dois trabalhos de reconhecido valor, as custódias da Bemposta e do
Mosteiro do Lorvão.
Faleceu
aos 78 anos, no dia do 51º aniversário da sua esposa, no Palácio da Bemposta,
à época, conhecido como Paço da Rainha da Grã-Bretanha, como consta do
seu registo de óbito, na paróquia dos Anjos, em Lisboa, em cuja igreja foi
sepultado.
Foi
casado desde 1753 com Maria Micaela de Jesus do Amaral, de quem teve sete
filhos: Ana Joaquina Mónica, Joana Rita, Tomásia Rosa, Manuel Vicente de
Oliveira, Maria Teodora de Oliveira e Amaral, Mariana Perpétua e António
Vicente de Oliveira.
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