O
partido tinha sido fundado em 1966 como Partido dos Panteras Negras para
Auto- Defesa, cujas principais actividades eram o monitoramento dos actos policiais
e o enfrentamento da brutalidade policial contra as comunidades negras, que
começou na cidade de Oakland, estendendo-se depois para outras localidades dos
Estados Unidos.
Seale
tornou-se amplamente conhecido como um dos “Oito de Chicago”, acusados
de conspiração pelo governo americano, por terem sido associados aos protestos
contra a Guerra do Vietname, realizados em Chicago, durante a Convenção
Nacional Democrata de 1968. Nesse julgamento, Bobby continuadamente se
levantava e gritava «Eu protesto!», todos os dias em que era mencionado o
seu nome, já que o seu advogado não estava presente no julgamento.
Bobby
insistia que lhe fora tirado o direito constitucional de defesa, sendo-lhe
então aplicada uma punição pela sua desobediência.
De
maneira infame, o juiz Julius Hoffman ordenou que Seale fosse algemado, nas mãos
e pernas, à sua cadeira, e amordaçado com uma fita adesiva, de modo a fazê-lo «calar
diante do tribunal».
Após
mais de um mês de julgamento, Bobby Seale foi separado dos outros réus, “Sete
de Chicago”.
Depois
disso, o governo desistiu de enquadrá-lo no crime de conspiração. Mas, apesar
de nunca ter sido considerado culpado, Seale foi sentenciado, pelo juiz
Hoffman, a quatro anos de prisão, por desacato à Corte. A sua sentença,
porém, foi revertida após recurso.
Em
1970, enquanto estava preso, Bobby Seale foi enquadrado e tornou-se réu no Julgamentos
dos Panteras Negras em New Haven, acusado de tortura e assassinato de Alex
Rackley - que os Panteras Negras suspeitavam que fosse um informante da
polícia infiltrado no Partido.
George
Sams Jr., também membro do Partido, testemunhou que Seale lhe havia
ordenado que matasse Rackley. Todavia, o júri foi incapaz de chegar a um veredicto,
e as acusações acabaram por ser retiradas.

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