EFEMÉRIDE
– Ângela Maria, de seu verdadeiro nome Abelim Maria da Cunha, cantora
e actriz brasileira nasceu em Macaé no dia 13 de Maio de 1929.
De
família humilde, a mãe era dona de casa e o pai pastor da Igreja Evangélica.
Desde criança, cantou no coral de uma Igreja Baptista próxima de sua
casa. Foi assim aprendendo a amar a música e as melodias. Durante a infância e
adolescência, devido a dificuldades financeiras, morou nas cidades de Niterói,
São Gonçalo e São João de Meriti, pois a família andava em busca de uma vida
melhor em cidades com mais recursos.
Durante
a juventude, trabalhou numa fábrica de lâmpadas e foi operária tecelã numa empresa
de tecidos, mas sempre quis ser cantora. Sonhava cantar na rádio e fazer
sucesso, mas o pai era contra. Por ser muito religioso, queria que a filha se
convertesse à Igreja Evangélica e se casasse cedo. Ela, no entanto, não queria
viver assim e prosseguiu o seu grande sonho.
Em
1947, aos 19 anos, trabalhava de dia e à noite, ao mesmo tempo que tentava por todos
os meios conseguir vaga num programa de música, indo de rádio em rádio fazer
inscrições, Finalmente, conseguiu ser escolhida e apresentada perante um júri, tendo
passado o teste.
Começou
a apresentar-se como cantora no “Pescando Estrelas”, um programa para
caloiros. Adoptou o nome de Ângela Maria para não ser identificada pela
família que, se soubesse, não a deixaria nem mais um dia sair de casa. As suas
interpretações foram consideradas muito boas, sempre com a nota máxima e ganhando
todos os concursos.
Toda
a gente a queria ouvir e, assim, foi cantar no famoso Dancing Avenida e,
depois, na rádio Mayrink Veiga. Em 1951, com a família já conhecedora de
tudo e mesmo a contragosto, após muitas brigas, acabaram por aceitar a vontade
da filha, permitindo que ela gravasse o primeiro disco. Vieram assim os êxitos que
a consagraram.
Com
grande sucesso no Brasil, passou a viajar pelo mundo. Além de cantar, fez
cursos de teatro e actuou na longa-metragem “Portugal, Minha Saudade”,
em 1973.
Ângela
Maria foi uma das grandes intérpretes do samba canção (surgido na década
de 1930), ao lado de Maysa, Nora Ney e Dolores Duran. Gravou dezenas de
sucessos.
Em
1996, foi contratada pela editora Sony Music e lançou o CD “Amigos”,
com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Gal Costa, Caetano
Veloso, Alcione e Fafá de Belém, entre outros. O trabalho foi um êxito,
celebrado num espectáculo no Metropolitan, actual Claro Hall (Rio
de Janeiro) e num especial na Rede Globo. O disco vendeu mais de 500 mil
cópias.
Foi
uma fase muito feliz da sua carreira. Em 1997, apresentou o álbum “Pela
Saudade que Me Invade”, com sucessos de Dalva de Oliveira, e – um ano
depois – gravou o CD “Só Sucessos”, incluído na lista dos cem álbuns brasileiros
mais vendidos. Após a saída da Sony, Ângela gravou em 2003, desta vez para
a Lua Discos, o “Disco de Ouro”, abrangendo compositores como Djavan
a Dolores Duran.
Em
2011, foi convidada para a série “Depoimentos para a Posteridade” do Museu
da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, deixando aí registada a sua história.
Na entrevista, contou passagens importantes da sua carreira artística,
afirmando ter gravado 114 discos e vendido cerca de 60 milhões de exemplares.
Em
2015, foi lançada a sua biografia, escrita pelo jornalista Rodrigo Faour, que
contou com depoimentos preciosos da cantora.
Ângela
sofreu na vida pessoal, por não conseguir ter filhos, em virtude de problemas
uterinos diagnosticados ainda na adolescência. Foi casada seis vezes. Revelou
que sofreu humilhações e agressões de todos eles, o que interferiu na sua
carreira. Ângela revelou que tentara mesmo o suicídio.
Em
1967, desesperada com a vida, fugiu do Rio para São Paulo. Na capital paulista,
passou a ser ainda mais roubada por assessores e empresários. Consegui dar a
volta por cima cinco anos depois, mas ficara muito tempo a viver em grande
pobreza, chegando a trabalhar como empregada doméstica para sobreviver.
Em
1979, com 51 anos e a viver sozinha, conheceu um homem que ia mudar a sua vida.
Um rapaz de 18 anos mexeu com o seu coração. Apesar de estar noivo de uma rapariga
da sua idade, Daniel gostou de Ângela, abandonou a noiva e os dois passaram a
ter um envolvimento amoroso intenso, o que chocou muita gente. O casal sofreu
muito com preconceitos e Ângela ficava muito triste com o que lia na imprensa.
Daniel
ajudou-a quando Ângela perdeu quase tudo, ao sofrer novo “golpe” de um assessor.
Deu-lhe forças e arranjou-lhe trabalhos como cantora. Passaram a morar juntos
com poucos meses de namoro e essa união durou 33 anos. Em 13 de Maio de 2012, dia
do seu 83º aniversário, Ângela e Daniel casaram-se no registo civil e na
igreja. Ela fora pedida em casamento dias antes e desta vez aceitou. Embora o
pedido tivesse sido feito noutras ocasiões, nunca quisera casar-se oficialmente
até àquele momento. A celebração foi feita através de uma grande festa para os
familiares e amigos. Ângela afirma que, agora, está muito bem e que Daniel foi
o único homem que a fez verdadeiramente feliz.
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