sábado, 21 de maio de 2016

21 DE MAIO - JOÃO BÉNARD DA COSTA

EFEMÉRIDEJoão Pedro Bénard da Costa, professor, actor, gestor cultural, crítico de cinema e ensaísta português, morreu em Lisboa no dia 21 de Maio de 2009. Nascera na mesma cidade em 7 de Fevereiro de 1935.
Após os estudos secundários no Liceu Camões, começou por estudar Direito, mas acabou em Ciências Histórico-Filosóficas, curso que frequentou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Licenciou-se em 1959.
Foi convidado a leccionar na faculdade, mas a PIDE (polícia política salazarista) afastou-o da função pública. Foi então para o ensino particular, até 1965, tendo sido professor no Seminário Menor de Almada e no Externato Frei Luís de Sousa, também em Almada. Mais tarde, foi admitido como professor no Liceu Camões, mas voltou a ser afastado, mudando-se para o Colégio Moderno, fundado por João Soares na década de 1940.
A paixão pelo cinema levou Bénard da Costa a participar no movimento cineclubista, que irradiou no meio universitário lisboeta a partir de 1957. Intelectual activo e de influência católica, presidiu à Juventude Universitária Católica, entre 1957 e 1958, e ajudou a fundar a revista “O Tempo e o Modo”, em 1963, publicação símbolo dos chamados “católicos progressistas”, opositores ao Estado Novo. Seria director desta revista até 1970.
Em 1964, ingressou na Fundação Calouste Gulbenkian, colaborando no Centro de Investigação Pedagógica até 1966. Passou depois a coordenar o Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes, desde 1969 até 1971. De 1966 a 1974, foi igualmente secretário executivo da Comissão Portuguesa da Associação Internacional para a Liberdade da Cultura.
Em 1973, voltou ao ensino, desta vez na Escola de Cinema do Conservatório Nacional, onde leccionou História do Cinema, até 1980. Nesse ano, o governo chefiado por Francisco Sá Carneiro nomeou-o subdirector da Cinemateca Portuguesa, onde passaria a director em 1991. Manteve-se neste cargo durante 18 anos consecutivos, até 2009 – ano do seu falecimento. Entre 1997 e 2001, por indicação do presidente da República Jorge Sampaio, foi presidente da Comissão do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Ensaísta, publicou vários livros sobre cinema e assinou o artigo sobre cinema português na “Enciclopédia Einaudi”, incluído também na “História do Cinema Mundial” (2000). São de assinalar as suas monografias sobre os realizadores Alfred Hitchcock (1982), Luis Buñuel (1982), Fritz Lang (1983), John Ford (1983), Josef Von Sternberg (1984), Nicholas Ray (1984) e Howard Hawks (1988). Publicou ainda “O Musical” (1987), “Os Filmes da Minha Vida” (1990), “Histórias do Cinema Português” (1991), “Muito Lá de Casa” (1993) e “O Cinema Português Nunca Existiu” (1996).
Recebeu o Prémio de Estudos Fílmicos da Universidade de Coimbra em 1995 e o Prémio Pessoa em 2001.
Sob o pseudónimo de Duarte de Almeida, deu corpo a algumas personagens no cinema, aparecendo como actor em mais de uma dezena de longas-metragens de Manoel de Oliveira e num filme de João César Monteiro.
Recebeu várias condecorações: Oficial da Ordem das Artes e das Letras de França, Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1990), Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (2005) e Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2008). 

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