segunda-feira, 30 de maio de 2016

30 DE MAIO - LUÍS CABRAL

EFEMÉERIDELuís de Almeida Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau, morreu em Torres Vedras, Portugal, em 30 de Maio de 2009. Nascera em Bissau no dia 11 de Abril de 1931. Ocupou o cargo de 1973 até 1980, ano em que foi deposto por um golpe militar.
No início dos anos 1960, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) iniciou uma guerra de guerrilha anticolonial contra as autoridades portuguesas. A subida de Luís Cabral à liderança do partido começou em 1973, após o assassinato na Guiné-Conakri do seu meio-irmão Amílcar Cabral, conhecido intelectual e fundador do PAIGC.
A liderança do partido, que estava então envolvido na luta pela independência tanto para a Guiné-Bissau (então conhecida como Guiné Portuguesa) como para Cabo Verde, foi assumida por Aristides Pereira, que mais tarde viria a tornar-se presidente de Cabo Verde. O ramo do partido da Guiné-Bissau, no entanto, seguiu Luís Cabral.
Após a Revolução dos Cravos em Lisboa, o governo revolucionário que dirigia Portugal reconheceu a independência da Guiné-Bissau, em 10 de Setembro de 1975, embora o PAIGC já a tivesse proclamado unilateralmente no ano anterior, sendo reconhecida por muitos Estados e pelas próprias Nações Unidas. Luís Cabral tornou-se então o primeiro presidente da República do novo país.
Foi dado início a um programa de reconstrução nacional e desenvolvimento, de inspiração socialista (com o apoio da União Soviética, da China e também dos países nórdicos). No entanto, desde a morte de Amílcar Cabral e da independência, tinha-se instalado no partido alguma suspeita e instabilidade. Luís Cabral e outros membros com raízes cabo-verdianas eram acusados por algumas facções de dominarem o partido. Usando esta justificação, João Bernardo Vieira (Nino Vieira), primeiro-ministro de Cabral e antigo comandante das forças armadas, organizou o seu derrube através dum golpe militar, em Novembro de 1980.
Luís Cabral foi acusado do fuzilamento dos comandos africanos (que tinham lutado do lado português) e de milhares de outros africanos que de alguma forma tinham colaborado com os portugueses. A acusação veio a ser provada com a abertura das valas comuns, por ordem de Nino Vieira, nas matas de Cumeré, Portogole e Mansaba. Luís Cabral foi preso e ficou detido durante treze meses, partindo depois para o exílio, primeiro em Cuba, que se ofereceu para o receber, e seguidamente – a partir de 1984 – em Portugal, onde o governo o recebeu e providenciou as condições necessárias à sua subsistência e à da família, até à sua morte.
Pouco depois de ter sido nomeado primeiro-ministro, no seguimento da Guerra Civil na Guiné-Bissau, Francisco Fadul apelou ao regresso de Cabral ao seu país em Dezembro de 1998. Cabral disse, em resposta, que gostaria de voltar, mas que não o faria enquanto Vieira continuasse no poder, pois temia pela sua vida.
Em Outubro de 1999, após o derrube de Vieira, Ansumane Mané, que liderou o golpe de estado, convidou Cabral a regressar, oferecendo-lhe um passaporte que o designava como “Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau”. Luís Cabral regressou então, em meados de Novembro de 1999, afirmando no entanto que não tinha intenção de voltar a ter um papel activo na política. Com uma doença grave, voltou depois a Portugal, onde faleceu aos 78 anos.

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