EFEMÉRIDE
– Serge Reggiani, actor e cantor francês de origem italiana, nasceu em Reggio Emilia
(Itália) no dia 2 de Maio de 1922. Morreu em Boulogne-Billancourt (França),
em 22 de Julho de 2004.
Apesar
da canção ter sido a sua segunda escolha, foi neste campo que Reggiani atingiu
o zénite da sua carreira artística, sendo unanimemente reconhecido como um dos
grandes intérpretes franceses.
Nasceu
numa família modesta – o pai era ajudante de barbeiro e a mãe operária. Devido
às ideias anti-fascistas dos pais, a família mudou-se em 1930 para França,
radicando-se em Yvetot na Normandia. O primeiro emprego de Reggiani foi o de
aprendiz de barbeiro mas, passado pouco tempo, respondendo a um anúncio, inscreveu-se
no Conservatório das Artes Cinematográficas em Paris, para onde a
família se mudou.
Reggiani
iniciou a sua carreira no teatro em 1941, contracenando com Jean Marais e
interpretando peças de Jean Cocteau. Ainda participou em alguns filmes, mas
cedo aderiu à Resistência Francesa e passou à clandestinidade.
Em
1945, casou-se com a comediante Janine Darcey, casamento do qual nasceriam dois
filhos e que terminaria em divórcio dez anos depois. Em 1948, obteve a
cidadania francesa.
Entre
1946 e 1998, participou em perto de 100 filmes, entre os quais “O leopardo”,
trabalhando com realizadores como Sacha Guitry, Luchino Visconti, Claude
Chabrol, Claude Lelouch e Ettore Scola, entre outros.
Em
1957, consorciou-se com a actriz Annie Noël, de quem teve mais três filhos, No teatro,
obteve o reconhecimento do público e da crítica, com a sua interpretação em “Les
Séquestrés d'Altona” de Jean-Paul Sartre.
Apesar
da sua grande produtividade e de alguns êxitos alcançados como actor, Reggiani –
instigado por Simone Signoret e Yves Montand – iniciou em 1964 uma carreira de
cantor. O seu primeiro disco foi “Serge Reggiani chante Boris Vian”.
Seduzida
pela interpretação das canções de Boris Vian, a cantora Barbara convidou-o a
fazer as primeiras partes dos seus concertos, durante uma tournée. Mais tarde,
ajudou-o a desenvolver a sua voz, que se tornaria num timbre de barítono. Os
dois terão mantido uma relação amorosa secreta entre 1966 e 68.
Os
textos de Boris Vian (sobretudo “Le Déserteur”) e a sua postura de esquerda fizeram com que Reggiani
fosse muito apreciado pela juventude francesa dos anos 1960, sobretudo pela
geração de Maio de 1968.
Reggiani
escolheu sempre os melhores compositores para as suas canções, tendo trabalhado
com Georges Moustaki e Serge Gainsbourg,
entre outros notáveis dos anos 1960/80.
Em
relação aos poemas, para além de Boris Vian, também deu a conhecer às novas gerações
a poesia de Rimbaud, Prévert e Apollinaire.
Em
1980, o seu filho Stephan suicidou-se, o que levou Reggiani a uma depressão e a
refugiar-se no álcool. Ajudado pelos seus inúmeros amigos, ultrapassou a sua
dependência com a ajuda da música. Editou nessa altura os trabalhos mais
aclamados pelo público e pela crítica.
A
partir dos anos 1990, ultrapassada também a depressão, continuou a
actuar ao vivo, em França e no estrangeiro, sempre com lotações esgotadas. Começou
a dedicar-se igualmente à pintura, chegando a realizar várias exposições.
Publicou ainda dois livros autobiográficos. Reggiani actuou ao vivo até ao ano
da sua morte, vítima de enfarte do miocárdio. Foi sepultado no cemitério de Montparnasse,
junto dos pais e do filho.
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