EFEMÉRIDE
– Dalva de Oliveira, de seu verdadeiro nome Vicentina de Paula
Oliveira, cantora brasileira, nasceu em Rio Claro no dia 5 de Maio de 1917. Morreu no
Rio de Janeiro em 31 de Agosto de 1972. Segundo a revista “Rolling Stone”,
foi considerada a 32ª melhor voz da música brasileira de todos os tempos.
Era
filha de um carpinteiro, Mário de Paula Oliveira, e da portuguesa Alice do
Espírito Santo Oliveira.
Em
1937, gravou com a Dupla Preto e Branco, o batuque “Itaquari”
e a marcha “Ceci e Peri”. O disco foi um sucesso, rendendo várias
apresentações na rádio. Os três passaram a formar o Trio de Ouro.
Em
1949, deixou o trio, quando faziam uma tournée pela Venezuela com a companhia
de Dercy Gonçalves. No ano seguinte, retomou a carreira a solo, lançando os sambas
“Tudo acabado” e “Olhos verdes” e o samba canção “Ave Maria”,
que foram grandes sucessos. Em 1951, actuou nos filmes “Maria da praia” e
“Milagre de amor”.
Em
1952, ganhou o título de Rainha do Rádio e viajou até à Argentina para
conhecer o país e cantar em
Buenos Aires.
Apesar
de ter sido casada duas vezes e de ter três filhos, vivia sozinha na sua mansão
e habituara-se à solidão. Viajava e fazia tournées musicais. Estava concentrada
na sua carreira plena de sucessos, quando conheceu Manuel Nuno Carpinteiro, um
homem vinte anos mais jovem do que ela, por quem se apaixonou e com quem
redescobriu o amor. Ao assumir o namoro, foi alvo de preconceitos, pela grande
diferença de idades, mas Dalva não ligou e escutou apenas a voz do coração. Foram
viver juntos e Dalva reencontrou a alegria de viver acompanhada.
Em Agosto
de 1965, Dalva e Manuel Nuno sofreram um grave acidente. Ele conduzia o
veículo, depois de mais um show da cantora. Perdeu o controlo do carro. O casal
não ficou ferido, mas o sinistro causou morte de quatro pessoas. Manuel foi
preso e Dalva ficou desesperada com a situação. Pagou a um advogado e, após alguns
meses, a pena foi revertida em prestação de serviços a comunidades carentes. No
fim dos anos 1960, após todos estes processos, Dalva e Manuel casaram-se
oficialmente.
De
voz afinada e bela, Dalva era considerada a Rainha da Voz e o Rouxinol
Brasileiro. A sua extensão vocal ia do contralto ao soprano.
Três
dias antes de morrer, pressentindo o fim, pela primeira vez – na sua agonia de
quase três meses – falou da morte. Tinha um recado para a sua melhor amiga,
Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital: «- Quero ser vestida e maquilhada como
o povo se acostumou a ver-me. Todos vão parar para me ver passar!». Morreu
vítima de hemorragia interna, causada por cancro no esófago. Foi sepultada no
Cemitério Jardim da Saudade no Rio de Janeiro.
Durante
a sua carreira, realizou mais de 400 gravações. Na primeira versão do filme “Branca
de Neve e os Sete Anões”, produzida em 1938 pelos estúdios da Disney,
Dalva de Oliveira fez a dobragem dos diálogos da Branca de Neve, na versão
brasileira. Na cidade de Rio Claro, onde nasceu, existe uma praça com o seu
nome.
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