EFEMÉRIDE
– Jean-Louis Barrault, actor, encenador e director de teatro francês, nasceu
no Vésinet em 8 de Setembro de 1910. Morreu em Paris no dia 22 de Janeiro
de 1994.
Tendo
estudado no Liceu Chaptal, foi aluno de Charles Dullin e actor da sua trupe
de 1933 a 1935. Aos 25 anos, relacionou-se com Étienne Decroux que o
entusiasmou para se iniciar na mímica.
Entrou
para a Comédie-Française em 1940, tornando-se o 408º societário em 1 de
Janeiro de 1943. Encenou “Le Soulier de satin” e “Phèdre”, duas
peças que lhe trouxeram a celebridade. Pediu a demissão em 31 de Agosto de 1946.
Ainda
em 1946, fundou com a sua esposa Madeleine Renaud a Companhia
Renaud-Barrault e instalou-se durante dez anos no Théâtre Marigny. Contrataram
André Brunot, Pierre Bertin, Catherine Fonteney, Georges Le Roy, Jean Desailly,
Jacques Dacqmine, que vieram da Comédie-Française, e ainda Marie-Hélène
Dasté, Régis Outin, Pierre Renoir, Simone Valère, Jacqueline Bouvier-Pagnol,
Gabriel Cattand, Jean-Pierre Granval e os músicos Pierre Boulez e Maurice
Jarre. Em 1954, mudaram-se para o teatro Le Petit Marigny.
Com
André Frank, fundou em 1953 a revista “Cahiers Renaud Barrault”,
publicada na editora Julliard e, posteriormente, na Gallimard.
Em
1959, o escritor André Malraux, então ministro da Cultura, confiou-lhe o
Théâtre de l'Odéon, que passou a chamar-se Odéon-Théâtre de France,
tornando-se Barrault seu director. Ele montou então grandes obras do reportório
clássico (Racine, Shakespeare), mas também peças contemporâneas, como “Rhinocéros”
de Eugène Ionesco em 1960, “Oh les beaux jours” de Samuel Beckett em
1963, “Des journées entières dans les arbres” de Marguerite Duras em
1965 e “Les Paravents” de Jean Genet em 1966. Continuou igualmente a divulgar
o teatro de Paul Claudel.
Em Maio
de 1968, abriu o teatro aos estudantes, que o ocuparam durante mais de um mês.
André Malraux não lhe perdoou e Barrault teve de abandonar o lugar. Instalou a
companhia no Élysée Montmartre, depois na Gare d’Orsay (Teatro
d’Orsay) e finalmente no Théâtre du Rond-Point. Jean-Louis Barrault
assinou criações originais a partir da sua leitura de grandes autores.
Barrault
foi também um grande actor de cinema. A sua interpretação inesquecível de Baptiste-Debureau,
em “Les Enfants du paradis” de Marcel Carne (1944), popularizou o seu
génio na mímica.
Outros
filmes de grande sucesso foram “O Boulevard do Crime” na década de 1940
e “Casanova e a Revolução” na década de 1980.
Recebeu,
das mãos do presidente François Mitterrand, o título de Grande Oficial da
Legião de Honra, a mais alta honraria concedida pelo governo francês.
Faleceu
aos 83 anos de idade. A sua companheira, Madeleine, morreria alguns meses
depois, em Setembro do mesmo ano.
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