quinta-feira, 8 de setembro de 2016

8 DE SETEMBRO - JEAN-LOUIS BARRAULT

EFEMÉRIDEJean-Louis Barrault, actor, encenador e director de teatro francês, nasceu no Vésinet em 8 de Setembro de 1910. Morreu em Paris no dia 22 de Janeiro de 1994.
Tendo estudado no Liceu Chaptal, foi aluno de Charles Dullin e actor da sua trupe de 1933 a 1935. Aos 25 anos, relacionou-se com Étienne Decroux que o entusiasmou para se iniciar na mímica.  
Entrou para a Comédie-Française em 1940, tornando-se o 408º societário em 1 de Janeiro de 1943. Encenou “Le Soulier de satin” e “Phèdre”, duas peças que lhe trouxeram a celebridade.  Pediu a demissão em 31 de Agosto de 1946.  
Ainda em 1946, fundou com a sua esposa Madeleine Renaud a Companhia Renaud-Barrault e instalou-se durante dez anos no Théâtre Marigny. Contrataram André Brunot, Pierre Bertin, Catherine Fonteney, Georges Le Roy, Jean Desailly, Jacques Dacqmine, que vieram da Comédie-Française, e ainda Marie-Hélène Dasté, Régis Outin, Pierre Renoir, Simone Valère, Jacqueline Bouvier-Pagnol, Gabriel Cattand, Jean-Pierre Granval e os músicos Pierre Boulez e Maurice Jarre. Em 1954, mudaram-se para o teatro Le Petit Marigny.
Com André Frank, fundou em 1953 a revista “Cahiers Renaud Barrault”, publicada na editora Julliard e, posteriormente, na Gallimard.
Em 1959, o escritor André Malraux, então ministro da Cultura, confiou-lhe o Théâtre de l'Odéon, que passou a chamar-se Odéon-Théâtre de France, tornando-se Barrault seu director. Ele montou então grandes obras do reportório clássico (Racine, Shakespeare), mas também peças contemporâneas, como “Rhinocéros” de Eugène Ionesco em 1960, “Oh les beaux jours” de Samuel Beckett em 1963, “Des journées entières dans les arbres” de Marguerite Duras em 1965 e “Les Paravents” de Jean Genet em 1966. Continuou igualmente a divulgar o teatro de Paul Claudel.
Em Maio de 1968, abriu o teatro aos estudantes, que o ocuparam durante mais de um mês. André Malraux não lhe perdoou e Barrault teve de abandonar o lugar. Instalou a companhia no Élysée Montmartre, depois na Gare d’Orsay (Teatro d’Orsay) e finalmente no Théâtre du Rond-Point. Jean-Louis Barrault assinou criações originais a partir da sua leitura de grandes autores. 
Barrault foi também um grande actor de cinema. A sua interpretação inesquecível de Baptiste-Debureau, em “Les Enfants du paradis” de Marcel Carne (1944), popularizou o seu génio na mímica.
Outros filmes de grande sucesso foram “O Boulevard do Crime” na década de 1940 e “Casanova e a Revolução” na década de 1980.
Recebeu, das mãos do presidente François Mitterrand, o título de Grande Oficial da Legião de Honra, a mais alta honraria concedida pelo governo francês.
Faleceu aos 83 anos de idade. A sua companheira, Madeleine, morreria alguns meses depois, em Setembro do mesmo ano.

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