EFEMÉRIDE
– Jens Immanuel Baggesen, poeta dinamarquês, nasceu em Korsør no dia
15 de Fevereiro de 1764. Morreu em Hamburgo, em 3 de Outubro de 1826.
Os
pais eram muito pobres e, antes de completar doze anos, Jens foi colocado no
escritório do escrivão da comarca, para copiar documentos. Era uma criança
frágil, melancólica e tentou mesmo o suicídio por mais de uma vez. À força de
muita perseverança, conseguiu concluir o ensino básico e, em 1782, entrou para
a Universidade de Copenhaga.
O sucesso
como escritor surgiu logo com as primeiras publicações – os seus “Contos cómicos”
em verso. O “Jovem”,
publicado uma década depois, tomou de assalto a cidade e o jovem problemático
transformou-se repentinamente num poeta popular, aos vinte e um anos de idade.
Baggesen
tentou então a poesia lírica e, com o seu tacto, elegância de forma e
versatilidade, conquistou um lugar no melhor da sociedade local.
Todo
aquele sucesso recebeu um golpe em Março de 1789, quando a sua ópera “Holger
Danske” foi recebida com grande controvérsia e uma reacção nacionalista
contra ela (em relação aos alemães). Deixou a Dinamarca num acesso de raiva e
passou os anos seguintes na Alemanha, França e Suíça. Casou-se em Berna, em
1790, começando a escrever em alemão e publicando nessa língua o seu poema “Alpenlied”.
No Inverno
do mesmo ano, voltou à Dinamarca, trazendo consigo – como uma oferta de paz – o
seu excelente poema descritivo “Labirinto”, escrito em dinamarquês. Foi recebido
com inúmeras homenagens.
Os
anos seguintes foram gastos em constantes andanças pelo norte da Europa, fixando
depois residência em
Paris. Continuou a publicar alternadamente em dinamarquês e
alemão. Em alemão, o mais importante foi a epopeia idílica “Parthenais”
(1803).
Em
1806, voltou a Copenhaga para se “defrontar” com o jovem Adam Oehlenschläger,
considerado o grande poeta do momento. Até 1820, Baggesen residiu em Copenhaga,
numa disputa literária quase incessante com um ou outro escritor, insultando e
sendo insultado. A característica mais importante de tudo isso era a
determinação de Baggesen em não permitir que Oehlenschläger fosse considerado
um poeta maior do que ele.
Baggesen
deixou então a Dinamarca pela última vez e voltou para a sua amada cidade de Paris,
onde perdeu a segunda esposa e o filho mais novo (1822). Após uma prisão por
dívidas, caiu num estado desesperado de depressão. Em 1826, depois de ter
recuperado ligeiramente a saúde, quis rever a Dinamarca, mas morreu a caminho, num
hospital em Hamburgo, sendo sepultado em Kiel.
O
seu talento multifacetado teve sucesso em todas as formas de escrita. Um pouco
mais de esforço em restringir o seu egoísmo e paixão teria feito dele um dos
mais brilhantes e maiores autores de sátiras modernos. Os seus poemas cómicos
são intemporais. A literatura dinamarquesa tem para com Baggesen uma grande
dívida pela sua firmeza e forma, num estilo sempre elaborado e elegante.
Com
todos os seus defeitos, ele destaca-se como a maior figura entre Holberg e
Oehlenschläger. Especialmente significativa é a sua canção “Houve um tempo
quando eu era muito pequeno”, que permanece popular quase duzentos anos
depois da sua morte.
Existe
uma estátua de Baggesen em Havnepladsen, Korsør, inaugurada em Maio de 1906.
Não muito longe, em Batterivej, localiza-se o Hotel Jens Baggesen também assim
chamado em sua homenagem.
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