EFEMÉRIDE
– Renato da Silva
Rocha, músico brasileiro, morreu em Guarujá no dia 22 de Fevereiro de 2015.
Nascera no Rio de Janeiro em 27 de Maio de 1961. Foi baixista e compositor da
banda Legião Urbana, tendo participado nos três primeiros discos deste
grupo: “Legião Urbana”, “Dois” e “Que País É Este”.
Nascido
em São Cristóvão ,
no Rio, mudou-se para Brasília em 1970, visto que o pai era militar e fora
colocado na capital. Em 1974, Renato Rocha passou a ter contacto com a banda Tela
(um dos vários grupos surgidos na década de 1970), mas nunca a integrou.
As
primeiras alcunhas que teve foram Renatão, por causa da sua envergadura,
e Romeu (herói olímpico grego de luta), em virtude de ser bastante
brigão. Quando entrou para a equipa de voleibol da Associação Atlética Banco
do Brasil, passou a ser conhecido por Negrelle, que fora um famoso
jogador do clube. Mais tarde, porém, o apelido foi mudado para Negrete,
numa brincadeira dos seus amigos. Ainda em Brasília, foi membro dos Cabeças
Raspadas, subcultura urbana inspirada nos Skinheads ingleses.
Juntamente
com Toninho Maia, fundou a banda Smegma. Em 1981, passou a integrar o
grupo Dents Kents, que existiu até 1982.
A Legião
Urbana era originalmente um trio, com Renato Russo (baixo), Dado
Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria). Renato Rocha ingressou na banda
logo após eles terem assinado contrato com a EMI, em 1984, a quatro dias
do início das gravações do primeiro LP. O motivo foi a tentativa de suicídio de
Renato Russo ao cortar os pulsos, ficando assim impossibilitado de gravar.
Renato Rocha já era amigo de Marcelo Bonfá, o que facilitou a sua entrada imediata.
A partir daí, tornou-se integrante fixo do grupo e compôs “'Quase sem querer”,
“Daniel na cova dos leões” e diversas canções juntamente com outros membros
da banda.
Renato
Rocha deixou a Legião em 1989, quando a banda estava prestes a gravar o
álbum “As Quatro Estações”. Numa entrevista concedida anos mais tarde,
ele afirmou que fora expulso por Renato Russo. Em entrevistas posteriores, Dado
Villa-Lobos precisou que os reais motivos da saída de Renato Rocha foram os
seus problemas com bebidas alcoólicas e os atrasos nos shows.
Depois
da Legião Urbana, integrou a banda Cartilage, com a qual lançou
os discos “Cartilage Virtual” e “Solana Star”.
Em Março
de 2012, o programa jornalístico “Domingo Espectacular”, da Record,
exibiu uma reportagem na qual mostrava que o baixista se havia transformado num
sem-abrigo do Rio de Janeiro. Descrevia a série de acontecimentos que o levaram
a perder tudo e a ir morar nas ruas cariocas. Especulava também o porquê de os
direitos autorais não serem suficientes para que o músico conseguisse levar uma
vida digna e igualmente o porquê da sua vida se ter transformado tão
radicalmente. Ainda na reportagem, o ECAD comunicou que entregava ao
músico um valor de cerca de 900 reais mensais.
Em
2002, numa entrevista, Renato Rocha assumira consumir maconha e bebidas
alcoólicas e que tivera uma juventude marcada por estas e outras drogas.
Em
2013, actuou – com outros músicos – no Estádio Nacional Mané Garrincha,
no show “Renato Russo Sinfónico”. Neste tributo, a imagem de Renato
Russo, falecido em 1996, apareceu projectada no palco.
Em
2014, foi convidado para uma participação no projecto “Urbana Legion”. Renato
voltou então aos palcos para tocar os sucessos do Legião Urbana, juntamente
com o também ex-integrante Eduardo Paraná.
Em
22 de Fevereiro de 2015, por volta das 8h30, uma governanta encontrou o
ex-baixista morto dentro de um hotel em Guarujá, no bairro da Enseada, no
litoral de São Paulo. O funeral teve lugar dois dias depois para o Cemitério
Memorial Parque Paulista, em Embu
das Artes, na região da Grande São Paulo. Renato deixou um casal de
filhos e uma neta.
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