EFEMÉRIDE
– Jean Epstein, ensaísta e realizador de cinema francês, morreu em Paris no
dia 3 de Abril de 1953, vítima de hemorragia cerebral. Nascera em Varsóvia,
em 25 de Março de 1897.
Filho
de mãe polaca e de pai francês, de origem aristocrática, foi educado na Suíça,
onde frequentou a escola secundária. Estudou depois Medicina em França,
na Universidade de Lyon.
Apaixonou-se
pela literatura e pelo cinema. Amante da filosofia e da poesia, influenciado
pelas teorias do cineasta francês Louis Delluc e ajudado por Blaise Cendrars,
publicou em 1921 a sua primeira obra teórica (“Bonjour Cinéma”),
caracterizada por uma exposição algo «lírica e poética das suas ideias»
sobre cinema.
Frequentou
vários meios intelectuais franceses e publicou diversos artigos e ensaios: “La
Lyrosophie”, “Le Cinématographe vu de l'Etna” e “Le Cinéma du
diable”, entre outros. Antecipou em quarenta anos, juntamente com Abel
Gance e Marcel L'Herbier, o movimento da Nouvelle Vague.
Em
1922, realizou – em colaboração com Jean Benoît-Lévy – a sua primeira obra
cinematográfica, um documentário sobre a vida de Pasteur e, no ano seguinte, “Coeur
Fidèle”, um filme em que pôs em prática as suas teorias. Toda a sua obra
será marcada por essa tendência. Os seus primeiros filmes inspiram-se em obras
de Balzac, Alphonse Daudet, George Sand e Edgar Allan Poe.
Assinou
em 1923 um contrato com a produtora francesa Pathé, mas desvinculou-se
três anos depois para fundar a sua própria empresa, a Films Jean Epstein.
Fez em 1928 um filme impressionista que contribuiu para o seu sucesso: “La
Chute de La MaIson d’Usher”, adaptação de Poe.
Co-realizou
com Maurice Mariaud, um dos realizadores franceses que trabalharam em Portugal
na década de 1920, “La Goute de Sang”. Foram Robert Flaherty,
José Leitão de Barros e Epstein os pioneiros da etnoficção, género que
Jean Rouch explorará, com método científico. Epstein interessava-se pela
antropologia, filmando na Bretanha películas sobre temas marítimos, tal como
Leitão de Barros fez em Portugal.
Pondo
de parte o esteticismo, entregou-se – a partir de 1929 – ao documentário social
e fez experiências ousadas no domínio da antropologia visual.
Só
depois de terminada a guerra, conseguiu voltar a filmar a seu gosto. “Le
tempestaire” é uma síntese da sua inspiração realista e das suas pesquisas
formais.
Ficou
conhecido pelas suas apostas experimentalistas e vanguardistas e pelas suas
teorias sobre a sétima arte.
A Cinemateca
Francesa homenageou-o, dando o seu nome a uma das suas salas de projecção.
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