EFEMÉRIDE
– Saul Bellow, escritor judeu nascido no Canadá e naturalizado
norte-americano, Nobel em 1976, morreu em Brookline no dia 5 de Abril de
2005. Nascera em Lachine, Montreal, em 10 de Junho de 1915.
Os
pais tinham emigrado da Rússia para o Canadá em 1913. Bellow foi criado até aos
nove anos, num bairro pobre de Montreal, habitado por russos, polacos,
ucranianos, gregos e italianos. Depois da morte do pai em 1924, a família foi
para Chicago.
Se
bem que não seja considerado um autor de escrita autobiográfica, as suas raízes
canadianas reflectem-se no primeiro romance “The Dangling Man” (1944). A
sua herança judia e os numerosos divórcios ajudaram-no igualmente a criar
vários personagens.
A
morte da mãe, quando ele tinha 17 anos, provocou-lhe um choque emocional muito
profundo. Em 1933, ingressou na Universidade
de Chicago. Estudou depois Antropologia e Sociologia
na Northwestern University, sendo diplomado em 1937.
Durante
umas férias de Natal, Bellow apaixonou-se, casou-se e abandonou os estudos de doutoramento
na Universidade de Wisconsin, para se tornar escritor. Levou no entanto
vários anos para publicar o seu primeiro livro e, entretanto, ensinou no Pestalozzi-Froebel
Teachers' College de Chicago (1938/42). Nos dois anos seguintes, trabalhou
no departamento editorial da Encyclopædia Britannica.
Em
1944/45, serviu na marinha mercante americana. Depois da guerra, voltou ao
ensino, desempenhando várias funções nas universidades de Minnesota, Nova
Iorque, Princeton e Porto Rico.
De
1960 a 1962, foi co-editor da revista literária “The Noble Savage” e, em
1962, tornou-se professor no Committee of Social Thought da Universidade
de Chicago.
Obteve
por três vezes o National Book Award, com “As aventuras de Augie
March” (escrito em França, 1953), “Herzog” (1964) e “O Planeta de
M. Sammler” (1969). Foi considerado «o melhor escritor americano da sua
geração».
Recebeu
o Prémio Internacional de Literatura em 1965 e o Nobel de Literatura
de 1976, sendo ainda premiado com o Guggenheim Fellowship e com a Medalha
Nacional de Artes.
As
suas obras retratam cinco décadas de experiência americana, da depressão dos
anos 1930 ao novo mundo do poder, riqueza, egoísmo arrogante e divisão
social na América, no qual a inteligência tem de lutar contra o materialismo. Bellow
resumiu isto no seu mais brilhante romance, “Herzog”, que é o retrato de
um intelectual do final do século XX, pintado de forma tragicómica, discutindo
a sorte com os grandes filósofos da modernidade. Numa época que ele viu como sendo
de massificação social, luxo desordenado, individualismo fútil e falência
cultural, o seu trabalho e os seus heróis lutam para chegar a um humanismo
contemporâneo.
Após
vários casamentos e divórcios, Saul Bellow estava casado com uma ex-aluna,
trinta anos mais nova, quando faleceu aos 89 anos.
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