EFEMÉRIDE - Manuel
Antunes, padre jesuíta, professor universitário e ensaísta português, nasceu na
Sertã em 3 de Novembro de 1918. Morreu em Lisboa no dia 18 de Janeiro de
1985. Destacou-se pela sua erudição e capacidade de comunicação e pedagogia. Há
uma biblioteca com o seu nome na sua terra natal.
Filho de uma família bastante
humilde, aos 14 anos, deu entrada num Seminário Menor da Companhia de
Jesus, em Guimarães. Com 18 anos, tornou-se jesuíta. Mais tarde, doutorou-se
em Filosofia e Teologia, com a tese “Panorama da Filosofia
Existencial de Kierkegaard a Heidegger”, na Faculdade de Teologia de
Granada, em Espanha.
Em 1949, com 31 anos, tornou-se
sacerdote e professor de História da Literatura Grega e de História
da Literatura Latina, na Sociedade de Jesus. Em 1957, a convite de
Vitorino Nemésio, torna-se professor da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, onde leccionou várias disciplinas do curso de Filologia Clássica,
com realce para a História da Cultura Clássica, onde se manteve até
1983. Em 1981, foi-lhe conferido, pela Faculdade de Letras de Lisboa, o
grau de doutor honoris causa.
Os seus primeiros escritos foram
publicados na “Brotéria - Revista de Cristianismo e Cultura”, de cuja
redacção passou a fazer parte em 1955 e cuja direcção assumiria mais tarde,
durante cerca de 20 anos. A sua obra escrita abrange temas literários,
filosóficos e culturais, muitos deles publicados com 124 pseudónimos. Colaborou
igualmente na “Revista Portuguesa de Filosofia” e na “Enciclopédia
Luso Brasileira de Cultura”. Era um grande amigo de António Sérgio,
Vitorino Nemésio, José Régio, Jorge de Sena e Almada Negreiros. Dele, terá
Almada Negreiros dito um dia: «Este homem é só espírito».
Foi um mestre excepcional que
marcou para a vida toda milhares de estudantes que, ao longo de mais de um
quarto de século, passaram pela Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, desde 1957. A sua memória continuou viva a iluminar o caminho de
muitos. O professor, cuja competência, sentido humanista e abertura à
actualidade atraíram o interesse e admiração dos alunos, também estendeu a mais
vastos públicos o seu magistério, graças aos inúmeros artigos que foi
publicando.
Mais tarde, foi conselheiro do
presidente da República, António Ramalho Eanes. Em Agosto de 1983, foi
agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago
da Espada.
Manuel Antunes está imortalizado
numa estátua na Sertã, da autoria de Vasco Berardo, inaugurada em Junho de
2005.
Em Novembro de 2018, foi
agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.
Henrique, no encerramento do Congresso que assinalou o centenário do
nascimento do «professor íntegro profundo».
No 20º aniversário da sua morte,
em 2005, realizou-se um Congresso Internacional subordinado ao tema “Padre
Manuel Antunes: Interfaces da Cultura Portuguesa e Europeia”. Este evento
científico teve lugar em três palcos diferentes: na Fundação Calouste
Gulbenkian, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e
na Casa da Cultura da Sertã.
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