quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

30 DE JANEIRO - JOSÉ ÁLVARO MORAIS


EFEMÉRIDE - José Álvaro Morais, realizador português, morreu em Lisboa no dia 30 de Janeiro de 2004.   Nascera em Coimbra, em 2 de Setembro de 1943. No momento em que começava a adquirir visibilidade internacional, a morte interrompeu-lhe a carreira. 
Ainda criança, a família mudou-se para a Covilhã, onde estudou no liceu. Frequentou depois a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, embora não tenha concluído os estudos porque fugiu para a Bélgica em 1969, para não ser recrutado para a Guerra Colonial. Em Bruxelas, foi-lhe atribuído o estatuto de refugiado político e frequentou o Institut national supérieur des arts du spectacle et des techniques de diffusion, onde se licenciou como realizador, montador e argumentista. 
Iniciou a sua carreira, com a produção de duas curtas-metragens, “Belgica - The Upper Room” e “El dia que me Quieras”, que se estrearam em Bruxelas em 1972. 
Voltou a Portugal em 1974, após a Revolução de 25 de Abril, e apresentou o filme “Cantigamente n.º 3” na televisão, em 1975. Realizou os documentários “Domus Bragança” e “Ma Femme Chamada Bicho” (1976), este último sobre o casal de pintores Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva. 
Em 1987, realizou a longa-metragem “O Bobo”, inspirado na adaptação teatral de uma obra de Alexandre Herculano e protagonizada por Paula Guedes e Luís Miguel Cintra. O filme foi apresentado no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde foi premiado com um Leopardo de Ouro, embora só tenha sido lançado de forma comercial em Portugal em 1991.
Durante alguns anos, trabalhou na zona Sul de Portugal, especialmente na Margem Sul do Tejo, tendo sido responsável pelos filmes “Margem Sul” para a Rádio Televisão Portuguesa, e “Zéfiro”. Este último foi apresentado no Festival de Cinema de Locarno em 1994. Em 2000, o seu filme “Peixe Lua”, com Beatriz Batarda, foi escolhido para o Festival de Cinema de Montreal, no Canadá. A sua obra “Quaresma” foi escolhida para o Festival de Cannes em 2003. 
José Álvaro Morais não conseguiu realizar alguns dos seus filmes planeados, como “A Corte do Norte” e “Teatro da Cornucópia - a Louca Jornada”, devido a problemas financeiros. 
Faleceu de forma repentina aos 60 anos. Sofria de doença cancerosa. Foi homenageado no âmbito do programa cultural Faro - Capital da Cultura 2004 e, em Agosto de 2005, foram exibidas algumas das suas principais obras no Teatro Municipal de Faro e nos cinemas do Fórum Algarve
Em 2005, o Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira editou a obra “Reinos Desencantados - A Obra de José Álvaro Morais”, da autoria de Serge Abramovici.

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