EFEMÉRIDE - Rosalía de
Castro, de seu nome de baptismo María Rosalía Rita, poetisa e romancista
galega, morreu em Padrón no dia 15 de Julho de 1885. Nascera em Santiago de
Compostela, em 24 de Fevereiro de 183.7.
Considerada como fundadora da literatura
galega moderna, o dia 17 de Maio, Dia das Letras Galegas, é feriado e
coincide com a data de edição da sua obra em língua galega, “Cantares
Galegos”.
Rosalía começou a sua formação
junto da Sociedad Económica de Amigos del País, em Santiago de
Compostela. Recebe formação musical, artística e literária; participou nas actividades
do Liceo de la Juventud, lugar de encontro dos intelectuais
comprometidos com o movimento provincialista. As correntes
ideológicas, que impregnarão a obra de Rosalía, são o socialismo e o republicanismo.
Em 1856, foi para Madrid, onde
viveu com uma prima. Começou a publicar trabalhos seus e em 1858, casou-se com
Manuel Murguía, investigador, cronista e jornalista. A vida do casal tornou-se
itinerante, devido às funções de Murguía. Em 1859, regressaram à Galiza, onde
nasceu Alejandra, a sua primeira filha. Em 1861, de novo em Madrid, publicou
obras em galego e castelhano. Depois de viverem uns anos na capital espanhola,
mudaram-se para Lugo e. depois, voltaram a Madrid, onde nasceu Aura.
As actividades do marido
levaram-nos a diferentes lugares: Simancas, Corunha, Santiago de Compostela,
Lestrobe, Estremadura, Alicante... enquanto iam nascendo mais filhos: Gala e
Ovídio, gémeos, nasceram em Julho de 1871, Amara em Julho de 1873, Adriano
Honorato Alejandro em Março de 1875 e Valentina nascida-morta em Fevereiro de
1877.
Rosalía de Castro escreveu tanto
em prosa como em verso, empregando o galego e o castelhano. A sua obra está
profundamente marcada pelas circunstâncias que rodearam a sua vida: a sua
origem, os problemas económicos, a perda d todos os seus filhos e a sua frágil
saúde.
Em 1863, foi publicado em Vigo o
seu primeiro grande livro, “Cantares Gallegos”, que fixa o começo de uma
nova era para a poesia galega e que foi a base do Ressurgimento da
literatura galega. “Cantares Gallegos” constituiu o primeiro livro
escrito em galego, numa época em que a língua galega estava extinta como língua
escrita. Muitos poemas do seu livro são glosas de cantigas populares. Nelas,
Rosalía denuncia a miséria, a pobreza e a emigração massiva a que estavam
obrigados os galegos, sem deixar de verter os seus sentimentos e vivências
pessoais.
Em 17 de Maio daquele mesmo ano,
Rosalía assinou a dedicatória da obra para Fernán Caballero (Cecilia Böhl de
Faber y Larrea), sendo adoptada essa data, por ocasião do seu centenário, como Dia
das Letras Galegas (1963).
Em 1880, a escritora publicou uma
recolha de poemas, a que chamaria “Follas Novas”. Poemário diferente,
espírito poético motivado pelo afastamento da terra, as desgraças familiares e
as doenças físicas e morais. É uma poética que afunda nos sentimentos, na
saudade e que tem frequentemente, por horizonte, a fronteira do próprio ser.
Em castelhano, publicaria “La
flor” (1857), “A mi madre” (1863), “En las orillas del Sar”
(1884) e o romance “El caballero de las botas azules” (1867), todos
enquadrados no movimento romântico.
Encontra-se colaboração de sua
autoria, publicada a título póstumo, na revista “A Leitura” (1894/1896).
Rosalía passou os derradeiros
anos da sua vida em Padrón, onde a família alugara a “casa da Matanza”,
que depois se tornaria em casa-museu. A morte acidental do seu filho mais novo,
aos dois anos, e a sua doença amarguraram os seus últimos anos. Morreu de
cancro no útero em 1885, aos quarenta e oito anos. Rosalía foi sepultada no campo-santo
da Adina. Anos mais tarde, em 1891, os seus restos mortais foram
transladados para o Panteão de Galegos Ilustres, no convento de São
Domingos de Bonaval, em Santiago de Compostela.
Existe uma estátua em sua
homenagem na Praça da Galiza, na cidade do Porto, Portugal (Setembro de 1954).
Em 1949, a Câmara Municipal de
Lisboa homenageou a escritora, dando o seu nome a uma rua junto à Avenida
da Igreja, em Alvalade.
A imagem de Rosalía de Castro
figurou em notas espanholas de 500 pesetas.
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