quarta-feira, 15 de julho de 2020

15 DE JULHO - ROSALÍA DE CASTRO


EFEMÉRIDE - Rosalía de Castro, de seu nome de baptismo María Rosalía Rita, poetisa e romancista galega, morreu em Padrón no dia 15 de Julho de 1885. Nascera em Santiago de Compostela, em 24 de Fevereiro de 183.7.
Considerada como fundadora da literatura galega moderna, o dia 17 de Maio, Dia das Letras Galegas, é feriado e coincide com a data de edição da sua obra em língua galega, “Cantares Galegos”.
Rosalía começou a sua formação junto da Sociedad Económica de Amigos del País, em Santiago de Compostela. Recebe formação musical, artística e literária; participou nas actividades do Liceo de la Juventud, lugar de encontro dos intelectuais comprometidos com o movimento provincialista. As correntes ideológicas, que impregnarão a obra de Rosalía, são o socialismo e o republicanismo.
Em 1856, foi para Madrid, onde viveu com uma prima. Começou a publicar trabalhos seus e em 1858, casou-se com Manuel Murguía, investigador, cronista e jornalista. A vida do casal tornou-se itinerante, devido às funções de Murguía. Em 1859, regressaram à Galiza, onde nasceu Alejandra, a sua primeira filha. Em 1861, de novo em Madrid, publicou obras em galego e castelhano. Depois de viverem uns anos na capital espanhola, mudaram-se para Lugo e. depois, voltaram a Madrid, onde nasceu Aura.
As actividades do marido levaram-nos a diferentes lugares: Simancas, Corunha, Santiago de Compostela, Lestrobe, Estremadura, Alicante... enquanto iam nascendo mais filhos: Gala e Ovídio, gémeos, nasceram em Julho de 1871, Amara em Julho de 1873, Adriano Honorato Alejandro em Março de 1875 e Valentina nascida-morta em Fevereiro de 1877.
Rosalía de Castro escreveu tanto em prosa como em verso, empregando o galego e o castelhano. A sua obra está profundamente marcada pelas circunstâncias que rodearam a sua vida: a sua origem, os problemas económicos, a perda d todos os seus filhos e a sua frágil saúde.
Em 1863, foi publicado em Vigo o seu primeiro grande livro, “Cantares Gallegos”, que fixa o começo de uma nova era para a poesia galega e que foi a base do Ressurgimento da literatura galega. “Cantares Gallegos” constituiu o primeiro livro escrito em galego, numa época em que a língua galega estava extinta como língua escrita. Muitos poemas do seu livro são glosas de cantigas populares. Nelas, Rosalía denuncia a miséria, a pobreza e a emigração massiva a que estavam obrigados os galegos, sem deixar de verter os seus sentimentos e vivências pessoais.
Em 17 de Maio daquele mesmo ano, Rosalía assinou a dedicatória da obra para Fernán Caballero (Cecilia Böhl de Faber y Larrea), sendo adoptada essa data, por ocasião do seu centenário, como Dia das Letras Galegas (1963).
Em 1880, a escritora publicou uma recolha de poemas, a que chamaria “Follas Novas”. Poemário diferente, espírito poético motivado pelo afastamento da terra, as desgraças familiares e as doenças físicas e morais. É uma poética que afunda nos sentimentos, na saudade e que tem frequentemente, por horizonte, a fronteira do próprio ser.
Em castelhano, publicaria “La flor” (1857), “A mi madre” (1863), “En las orillas del Sar” (1884) e o romance “El caballero de las botas azules” (1867), todos enquadrados no movimento romântico.
Encontra-se colaboração de sua autoria, publicada a título póstumo, na revista “A Leitura” (1894/1896).
Rosalía passou os derradeiros anos da sua vida em Padrón, onde a família alugara a “casa da Matanza”, que depois se tornaria em casa-museu. A morte acidental do seu filho mais novo, aos dois anos, e a sua doença amarguraram os seus últimos anos. Morreu de cancro no útero em 1885, aos quarenta e oito anos. Rosalía foi sepultada no campo-santo da Adina. Anos mais tarde, em 1891, os seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Galegos Ilustres, no convento de São Domingos de Bonaval, em Santiago de Compostela.
Existe uma estátua em sua homenagem na Praça da Galiza, na cidade do Porto, Portugal (Setembro de 1954).
Em 1949, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou a escritora, dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.
A imagem de Rosalía de Castro figurou em notas espanholas de 500 pesetas.

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