quarta-feira, 29 de julho de 2020

29 DE JULHO - MUSSUM


EFEMÉRIDE - Mussum, de seu nome António Carlos Bernardes Gomes, humorista, actor, músico, cantor e compositor brasileiro, morreu em São Paulo no dia 29 de Julho de 1994. Nascera no Rio de Janeiro em 7 de Abril de 1941.
Na indústria musical, integrou o grupo de samba Os Originais do Samba, em meados da década de 1960. Como humorista, fez parte do célebre quarteto Os Trapalhões, tendo sido o 3° mais antigo integrante da trupe e o segundo a falecer (quatro anos depois do Zacarias).
Filho de uma empregada doméstica, Mussum focalizou-se nos estudos, repassando os ensinamentos para sua mãe, concluindo o ensino primário em 1954. Não desejando interromper a sua educação, ingressou na Fundação Abrigo Cristo Redentor.
No Instituto Profissional Getúlio Vargas, uma das instituições pertencentes à Fundação Abrigo Cristo Redentor, Mussum foi aprovado numa prova selectiva para o programa “Nutrição Boa”. Em 1957, obteve o diploma de ajustador mecânico, junto com uma recomendação de trabalho. O recém-formado começou a trabalhar como aprendiz numa oficina na Zona Norte do Rio de Janeiro. Serviu na Força Aérea Brasileira durante oito anos, ao mesmo tempo que aproveitava para participar na Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado. Mussum iniciou a sua carreira artística tocando reco-reco no grupo Os Modernos do Samba.
Fundou depois o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba. Com este grupo, gravou no total 13 álbuns e obteve vários sucessos. As coreografias e roupas coloridas tornaram-nos muito populares na televisão, nos anos 1970, tendo o grupo actuado em diversos países. Antes, nos anos 1960, foi convidado a participar num show de televisão, como humorista. De início, recusou o convite, justificando-se com a afirmação de que pintar a cara, como é costume dos actores, não era coisa de homem… Finalmente, estreou-se no programa humorístico “Bairro Feliz” (TV Globo, 1965). Consta que foi nos bastidores deste show que Grande Otelo lhe deu a alcunha de ‘Mussum’, que tem por origem, um peixe teleósteo sul-americano: - como o peixe, Mussum era escorregadio e liso, já que conseguia facilmente sair de situações estranhas.
Mussum participou, com Os Originais do Samba, num show realizado no Teatro Bela Vista, em São Paulo, ao lado de Baden Powell e Márcia. A gravação do show foi lançada em LP pela Philips, em 1968.
Em 1978, lançou o seu primeiro disco a solo “Água benta”. Em 1980 e 1983, foram lançados pela RCA Victor, dois LP intitulados “Mussum”. Também pela RCA Victor, lançou em 1981 um single e um compacto e, em 1982, um single com as músicas “O amigo da criança” e “Camisa 10”.
Em 1983, lançou, com a etiqueta EMI-Odeon, um compacto simples com Dedé Santana e Zacarias, que incluiu as faixas “Todo mundo deve ser mais criança” e “Vamos à luta”. Em 1987, lançou mais um LP intitulado “Mussum”.
Em 2014, foi lançada a biografia “Mussum forévis – Samba, mé e Trapalhões”, escrita pelo jornalista Juliano Barreto, para a editora Leya.
Mussum começara na TV em 1966, quando trabalhou em vários musicais da TV Globo e Excelsior, e onde conheceu Dedé Santana.
Em 1969, o director de Os Trapalhões, Wilton Franco, viu-o numa apresentação de cabaret com o seu conjunto musical e convidou-o para integrar o grupo humorístico, na época a actuar na TV Excelsior. Recusou. Entretanto, o amigo Dedé Santana conseguiu convencê-lo e Mussum passou a integrar a trupe em 1972. Antes de entrar para o grupo, porém, Mussum trabalhou na “Escolinha do Professor Raimundo”, com Chico Anysio.
Só quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo e o sucesso o impedia de cumprir outros compromissos, é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se afastou da indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até três álbuns a solo dedicados ao samba.
Uma das suas paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira: todos os anos, a sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da qual era director de harmonia.
Durante o casamento de um amigo em Riachuelo, no Grande Méier, conheceu a sua futura esposa, Leny Castro dos Santos, moça da Mangueira, com quem foi casado de 1965 a 1969. O seu segundo casamento foi com Neila da Costa Bernardes Gomes, que conheceu em 1972 e com quem permaneceu até ao fim da vida. Teve um filho de cada casamento.
Mussum, dedicou-se também às causas sociais:  - a favor dos portadores de deficiência visual, promovendo a doação de córneas em 1981, durante o especial “Os Trapalhões - 15 anos”;  a favor dos desabrigados da seca do Nordeste, de 1983 até 1985,  nos especiais “SOS Nordeste”; e também, a favor das crianças e dos adolescentes em todo o Brasil, promovendo o lançamento do show “Criança Esperança” em Dezembro de 1986, durante o especial “20 Anos Trapalhões - Criança Esperança”.
Mussum foi considerado, por muitos, o mais engraçado dos Trapalhões. No programa, popularizou um modo peculiar de falar. A personagem que vivia no programa Os Trapalhões tinha, como característica principal, o consumo constante de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça.
Mussum faleceu aos 53 anos, vítima de complicações ocorridas após um transplante de coração. Foi sepultado no Cemitério Congonhas, em São Paulo. A escola de samba Mangueira decretou luto e relembrou que o humorista tocava samba com as crianças da Mangueira do Amanhã, nos seus dias de folga.
Nos anos 1970 e 1980, Mussum era um dos poucos artistas negros na TV brasileira. O humorista nunca foi esquecido pelo grande público que conquistou, permanecendo, até hoje, muito vivo e presente na memória dos seus admiradores, principalmente no Rio de Janeiro, tendo sido lembrado numa série de t-shirts lançadas na cidade com a imagem estilizada de Mussum e a inscrição «Mussum Forévis».

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