EFEMÉRIDE
– Trygve Halvdan Lie, político e diplomata norueguês, primeiro
secretário-geral das Nações Unidas (1946/52), nasceu em Oslo no dia 16
de Julho de 1896. Morreu em Geilo, em 30 de Dezembro de 1968.
O
pai, que era carpinteiro de profissão, deixou a família e emigrou para os
Estados Unidos em 1902. Nunca mais houve notícias dele. A mãe mantinha uma
pensão em Grorud, perto de Oslo.
Lie
ingressou no Partido Trabalhista em 1911 e foi nomeado seu secretário nacional,
pouco tempo depois de se ter licenciado em Direito
na Universidade de Oslo (1919). Trygve casou com Hjørdis Jørgensen em
1921 e tiveram três filhas.
Trygve
Lie foi editor chefe do “Det 20 århundre” (“O Século XX”), de
1919 a 1921. De 1922 a 1935, foi consultor da Confederação dos Sindicatos Noruegueses.
Na
política local, foi membro do comité executivo da municipalidade de Aker, de
1922 a 1931. Eleito para o Parlamento Norueguês em 1935, supervisionou diversos
ministérios até à invasão alemã.
Socialista
de longa data, encontrou-se com Lenine, quando de uma visita do Partido
Trabalhista a Moscovo e deu permissão a Leon Trotsky para se fixar na
Noruega quando do seu exílio. Em 1940, quando a Noruega foi invadida pela
Alemanha nazi, Lie ordenou que todos os navios noruegueses navegassem para portos
aliados. Em 1941, foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do
governo norueguês no exílio (em Londres).
Liderou
a delegação norueguesa à conferência das Nações Unidas em São Francisco (1946)
e tornou-se um líder para instituir as disposições do Conselho de Segurança.
Em Fevereiro de 1946, foi eleito como o primeiro secretário-geral das Nações
Unidas, resultado de um compromisso entre as maiores potências.
Como
secretário-geral, apoiou a fundação de Israel e da Indonésia. Trabalhou para a
retirada das forças soviéticas do Irão e num cessar-fogo em Caxemira. Atraiu
a ira da União Soviética quando ajudou a recolher apoios para a defesa da
Coreia do Sul, depois desta ser invadida em 1950. Lie também foi contra a
entrada da Espanha nas Nações Unidas, pois opunha-se ao governo do
general Franco.
Defendeu
o reconhecimento da República Popular da China pela ONU, depois do
Governo Nacionalista se ter exilado, argumentando que a República Popular da
China seria o único membro que poderia cumprir todas as suas obrigações. Foi
criticado, por outro lado, em facilitar as negociações no Bloqueio a Berlim,
como também pelas suas falhas em conseguir um fim mais rápido para a Guerra
da Coreia.
Em
1950, com objecções da União Soviética, a Assembleia-geral das Nações Unidas
aprovou por 46 votos contra 5 a extensão do mandato de Trygve Lie. O voto foi
consequência de um impasse no Conselho de Segurança no qual os Estados
Unidos se recusavam a aceitar qualquer outro candidato, enquanto a União
Soviética se recusava em
considerar Lie por causa dos seus envolvimentos na Guerra
da Coreia.
Lie
renunciou ao cargo de secretário-geral em Novembro de 1952, sendo substituído
pelo sueco Dag Hammarskjöld em 1953. De regresso à Noruega, ocupou diversos
lugares em ministérios e efectuou várias missões diplomáticas.
Sem comentários:
Enviar um comentário