EFEMÉRIDE
– Carlos Alberto Santos, ilustrador e pintor português, nasceu em Lisboa no
dia 18 de Julho de 1933. Morreu na mesma cidade em 1 de Novembro de 2016. Ao
longo da sua carreira, dedicou-se – sobretudo – a temas históricos e da cultura
portuguesa.
Começou
como ilustrador em 1947, no atelier de publicidade de José David, e trabalhou
em empresas como a Fotogravura Nacional e a Agência Portuguesa de
Revistas, para a qual foi convidado, tinha então 17 anos, para fazer a
ilustração de cromos para o livro “História de Portugal”, que se tornou
na colecção de maior sucesso no país, sendo reeditada mais de vinte vezes,
percorrendo as gerações de jovens das décadas de 1950 a 1970, que
ainda hoje guardam memórias dos famosos cromos.
A
sua primeira ilustração publicada, a que se seguiram várias outras, aconteceu
na revista “Camarada” de Abril de 1948, acompanhando um conto western de
Hermínio Rodrigo da Conceição. A sua estreia nas histórias de banda desenhada
ocorreu ainda aos 16 anos, logo no número inaugural de “O Mundo de Aventuras”
em Agosto de 1949, com a “História Maravilhosa de João dos Mares”.
No
exercício da sua actividade de ilustrador na Agência Portuguesa de Revistas,
publicou mais quatro colecções de cromos: “Trajos Típicos de Todo o Mundo”
(1958), “História de Lisboa” (1960), “Romeu e Julieta” (1969) e “Pedro
Álvares Cabral” (1972).
O
seu último projecto, na área dos cromos, foi um álbum sobre “Os Lusíadas”
de Luís de Camões (1966), que era a figura da história de Portugal que o pintor
mais admirava. Essa colecção, completa, teria cerca de 300 cromos, tendo sido
ilustradas somente as estâncias 1 até à 44 do Canto I, através de vinte
guaches, dos quais dezoito ainda existem. Ilustrou também capas e contra-capas de
cadernetas de várias colecções de origem vária.
Através
dos cromos, nos quais trabalhou durante 20 anos, Carlos Alberto conseguiu o
reconhecimento de várias gerações de jovens portugueses, mas foi como pintor de
temas da história de Portugal que se veio a notabilizar.
Além
da produção para a Agência Portuguesa de Revistas, colaborou também em várias
dezenas de colecções estrangeiras. De entre as colecções que complementou com
cromos de sua autoria, citam-se: “Bandeiras do Universo”, “A
Conquista do Espaço”, “Esquadras de Guerra” e “Navios e Navegadores”.
Enquanto
colaborador da editora Amigos do Livro, de Lisboa, no período de 1979/87
e em estreita colaboração com o autor dos textos – Raul Correia – ilustrou
várias obras/colecções, como “A Vida de Jesus”, “Quadros da História
de Portugal”, “As Histórias do Avozinho”, “Histórias de Todo o
Mundo Contadas às Crianças” e “Lendas Portuguesas”. A tiragem global
foi superior a 300 000 exemplares, o que ilustra o bom acolhimento que as obras
tiveram.
Teve
trabalhos seus em várias exposições individuais e colectivas, em Portugal e no
estrangeiro, em locais como: a Sociedade Nacional de Belas Artes, em
Lisboa; o Faculty Club of the MIT, em Boston; a Biblioteca Casa da
Saudade, em New
Bedford ; e a Biblioteca Pública de Cambridge, entre
outros. Está representado em diversas colecções particulares no mundo inteiro.
Em
Portugal, algumas telas do pintor podem ser vistas igualmente no Museu
Militar da cidade do Porto.
O
livro “História”, o terceiro volume da colecção “Ser Português”, inclui
uma compilação de diversas pinturas suas sobre os temas ‘O Mar’ e ‘O
Pensamento Português’.
Desenhou
ainda algumas séries de selos sobre os descobrimentos portugueses e sobre as
naus da carreira da Índia.
O
professor José Hermano Saraiva recorria muitas vezes, no seu programa televisivo
“A Alma e a Gente”, às telas de Carlos Alberto para ilustrar
determinadas personalidades e episódios da história de Portugal.
Em
Julho de 2014, a Editorial Seleprinter publicou a sua biografia, da
autoria do crítico de arte Afonso Almeida Brandão, com o título “A
Persistência da Memória Como Retrato da Alma”.
Carlos
Alberto Santos faleceu no Hospital Egas Moniz, aos 83 anos de idade.
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