EFEMÉRIDE
– S. T. Coleridge, de seu nome completo Samuel Taylor Coleridge, poeta,
crítico e ensaísta britânico, morreu em Highgate no dia 25 de Julho de 1834.
Nascera em Ottery St.
Mary , em 21 de Outubro de 1772. É considerado, ao lado de
William Wordsworth, um dos fundadores do Romantismo na Inglaterra.
Depois
de publicar alguns poemas em 1796, escreveu – em parceria com o poeta W. Wordsworth
– “Baladas líricas” (1798), que se tornou um marco da poesia inglesa e onde
se destaca a sua famosa “Balada do antigo marinheiro”, um dos primeiros
grandes poemas da escola romântica. Mais tarde, escreveu o poema simbólico “Kubla
Khan” e o poema místico/narrativo “Christabel”.
A sua
principal obra em prosa, “Biographia Literária” (1817), é uma série de
dissertações e notas autobiográficas sobre diversos temas, entre os quais se destacam
as suas observações literárias. Influenciou toda uma geração de novos
escritores, como Quincey, Byron e Shelley.
Samuel
era o filho mais novo do segundo casamento de um pastor protestante. Por ser o
preferido da família, sofria perseguições sobretudo do irmão mais velho. Para
escapar aos abusos dele, Coleridge escondia-se frequentemente na biblioteca
local, o que lhe despertou a paixão pela literatura. Outro facto que lhe marcou
a infância foi a fuga de casa com menos de sete anos, sendo encontrado na manhã
do dia seguinte por um vizinho. Esta noite passada fora de casa serviu-lhe de
tema frequente nos seus poemas.
Com
a morte do pai em 1781, foi estudar, contra sua vontade, em instituições
religiosas de Londres, onde se destacava como leitor voraz e, frequentemente, com
dos melhores alunos da sua turma. Entretanto, sentia-se só, pois raramente lhe
era permitido rever a família. No seu poema “Frost at Midnight”, escrito
posteriormente, Coleridge fala sobre a sua solidão na escola.
Um irmão
morreu em 1790 e a sua única irmã no ano seguinte, o que lhe fez escrever “Monody”,
um dos seus primeiros poemas, onde se comparava a Thomas Chatterton, poeta
inglês que se suicidou aos 17 anos. Foi nessa época que começou a ter problemas
com álcool. Mais tarde, passaria a ter também problemas com ópio, droga que
começou a usar para aliviar dores causadas por problemas de saúde. Em 1791,
ingressou na Universidade de Cambridge. Em 1792, ganhou um prémio por
uma ode sobre o tráfico de escravos.
Em
1793, alistou-se no exército com um nome falso, supostamente por problemas com
dívidas ou com mulheres. Por completa inaptidão para as armas e montaria,
escapou de ser enviado para o campo de batalha em França. Após quatro
meses, um dos seus irmãos usou a sua influência no exército para conseguir a
baixa de Coleridge por “insanidade”.
Na
universidade, nunca concluída, Samuel passou a defender ideais revolucionários
com o seu recém-amigo e poeta Robert Southey. Escreveram a peça “A queda de
Robespierre” e planearam emigrar para a Pensilvânia e fundar uma sociedade
utópica denominada Pantisocracia. Robert Southey desistiu da ideia e
tornou-se advogado. Sonho portanto abortado.
Em
1795, casou-se com Sara Fricker, cunhada de Southey, com quem teve quatro
filhos. O casamento seria infeliz, terminando em separação. Neste
mesmo ano, foi apresentado a William Wordsworth e a sua irmã Dorothy. A amizade
foi imediata e os três escreveriam muitos poemas juntos.
A
obra “Poemas”, publicada em 1797, foi bem recebida e ele começou a ficar
famoso. Até 1798, escreveria algumas das suas melhores obras.
Em Setembro
daquele ano, viajou para a Alemanha. No tempo que ali passou, além de estudos
da língua alemã, como autodidacta, interessou-se pela obra do filósofo Immanuel
Kant, que passou a divulgar quando voltou a Inglaterra para morar em Lake District (1800).
Com
a humidade daquele local, a sua saúde piorou e a dependência do ópio aumentou. Entretanto,
escreveu o poema “Dejection: An Ode” e intensificou os seus estudos
filosóficos.
Em
1804, foi para Malta e andou também por Itália, com esperança de se curar com o
clima mais seco. Voltou a Inglaterra em 1806 e passou a ganhar a vida escrevendo
artigos para jornais e realizando palestras. Chegou a ser pago por um Café,
para manter conversas com os clientes.
Não
conseguia livrar-se do ópio. A partir de 1816, passou a morar na residência de
um médico, onde regressou à actividade literária, escrevendo novos livros e
republicando outros.
S.
T. Coleridge morreu, com inesperada serenidade, aos 61 anos de idade. Deixou,
como herança, apenas alguns livros e anotações. Depois da sua morte, um sobrinho
e a esposa organizaram a obra dispersa do poeta, publicando vários livros.
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