EFEMÉRIDE
– Holden Roberto, político angolano e líder de um movimento considerado
terrorista durante a Guerra Colonial, morreu em Luanda no dia 2 de
Agosto de 2007. Nascera em
São Salvador , em 12 de Janeiro de 1923. Iniciou a sua actividade
política em 1954, com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA),
mais tarde designada UPA.
Apesar
de nascido em Angola, Holden foi com a família para Léopoldville (actual Kinshasa,
na República Democrática do Congo) com apenas 2 anos de idade, só regressando à
sua terra natal em 1951. Em 1940, concluiu o curso de liceu numa escola missionária
Baptista, tornando-se funcionário do ministério das Finanças da
Bélgica em Stanleyville (actual Kisangani), cargo que desempenhou durante 8
anos.
Em
1962, criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da
qual se tornou presidente. Seria esta organização que viria a constituir o Governo
Revolucionário de Angola no Exílio, em que Jonas Savimbi
surgiu como ministro dos Negócios Estrangeiros.
Dadas
as suas ligações com os Estados Unidos, de onde recebia informações, instruções
tácticas e financiamento, bem assim como apoio logístico, não conseguiu
conciliar, numa frente única, o MPLA nem a UNITA, organizações de
inspiração comunista e maoista (respectivamente) e, no primeiro caso,
fortemente influenciado por mestiços e brancos.
Por
representar uma linha ideológica diferente e ter o apoio dos EUA, do Zaire e da
França, veio a sofrer várias represálias políticas e mesmo militares por parte
do MPLA, chegando a haver confrontos militares nas bases do Congo.
Em
Abril de 1975, foi signatário dos acordos de paz com Portugal, que conduziriam
à independência em Novembro de 1975. A União Soviética apoiou declaradamente o MPLA
que, com militares cubanos, derrotou a FNLA de Holden Roberto ma Batalha
de Kifangondo. O país seria governado por Agostinho Neto e depois por José
Eduardo dos Santos. O povo de Angola sofreu então a acção da etnia bacongo, de
Holden Roberto. A FNLA eclipsou-se posteriormente e, em 1976, Holden exilou-se
no Zaire e em França.
Holden
Roberto assumiu ao jornalista Joaquim Furtado, no programa televisivo “A
Guerra”, a intenção inicial da UPA de, através do genocídio, que
iniciou em Março de 1961, proceder a uma limpeza étnica em Angola, perpetrada
pelos bacongos sobre as restantes etnias angolanas, nas quais se incluía,
obviamente, a europeia e a mestiça, o que justificaria os crimes contra a
humanidade de que foi acusado com fundamento nas dezenas de milhares de mortos
(com especial barbaridade) que causou na população do norte de Angola.
Nas
primeiras eleições livres, realizadas em 1991, Holden Roberto que – até então –
não pudera viver em Angola, foi candidato à presidência da República, obtendo
apenas 2,1% dos votos. Viveu no país até à sua morte em 2007.
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