EFEMÉRIDE
– William Edmondstoune Aytoun, advogado e escritor escocês, morreu em Elgin,
Moray, em 4 de Agosto de 1865. Nascera em Edimburgo no dia 21 de Junho de
1813.
Aytoun
era filho único de um solicitator e tinha ainda parentesco com o poeta Robert
Aytoun (1570/1638). De sua mãe, uma mulher imensamente culta, herdou desde cedo
o gosto pela literatura (incluindo a poesia medieval) e as preferências
políticas. Com a idade de onze anos, foi enviado para a Academia de
Edimburgo e de lá para a universidade vizinha.
Em
1833, passou alguns meses em Londres com a intenção de estudar Direito.
Em Setembro do mesmo ano, acabou por ir morar para Aschaffenburg, onde
permaneceu até Abril de 1834, dedicando-se com entusiasmo ao estudo da Literatura
Alemã. Depois, retomou os estudos jurídicos no escritório de advocacia do
pai, sendo admitido também como solicitator em 1835. Cinco anos mais tarde,
recebeu o certificado de advogado.
A sua
primeira obra literária foi “Poland, Homer and other Poems”, lançada em
1832 e na qual expressou o seu grande interesse pela Polónia.
Nos
meses que passou na Alemanha, Aytoun fez uma tradução em versos brancos da
primeira parte de “Fausto”, mas nunca chegou a publicá-la. Em 1836, começou
a colaborar no “Blackwood's Magazine”, fazendo traduções de poemas de
Johann Uhland. A partir de 1839 e até à sua morte, fez parte do quadro de
funcionários do “Blackwood's”.
Neste
periódico, foi publicada a maioria das suas histórias engraçadas em prosa, tais
como: “The Glenmutchkin Railway”; “How I Became a Yeoman”; e “How
I Stood for the Dreepdaily Burghs”. Na mesma revista, surgiu a sua
principal obra poética, “Lays of the Scottish Cavaliers”, e um romance,
em parte autobiográfico, “Norman Sinclair”.
Em
1841, Aytoun tornou-se muito amigo do poeta, biógrafo e tradutor escocês
Theodore Martin. Em associação com ele, escreveu uma série de artigos
humorísticos sobre as modas e as loucuras daquele tempo, em que foram
intercalados os versos que, depois, se tornaram na popular obra “Bon
Gaultier Ballads” (1855).
Escreveu
“Firmilian, a Spasmodic Tragedy” (1854), sob o pseudónimo de T. Percy
Jones, com a intenção de satirizar um grupo de poetas e críticos. Dois anos
depois, publicou “Bothwell, a Poem”.
Em
1845, foi nomeado professor de Retórica e Belles Lettres na Universidade
de Edimburgo. As suas palestras atraíam um grande número de alunos,
crescendo de 30 em 1846 para 1 850 em 1864.
A sua
prestação de serviços de apoio ao partido Tory, especialmente durante os
graves distúrbios decorrentes da aprovação das Corn Laws em 1815,
recebeu oficial reconhecimento com a sua nomeação (1852) para xerife de Orkney
and Zetland.
Publicou
ainda: “Colecção das Baladas da Escócia” (1858), uma tradução dos “Poemas
e Baladas de Goethe”, em cooperação com o seu amigo Martin Theodore (1858);
e um pequeno volume sobre a “Vida e os Tempos de Ricardo I” (1840),
escrito para a Family Library. Em 1860, Aytoun foi eleito presidente
honorário das Sociedades Associadas da Universidade de Edimburgo.
Em Abril
de 1859, perdeu a sua primeira esposa, Jane Emily Wilson, com quem se casara em
Abril de 1849. Foi um duro golpe para ele. A mãe morreu também em Novembro de
1861 e a sua própria saúde começou a enfraquecer. Buscou alívio no trabalho
duro, mas a vida para ele tinha desde então perdido muito do seu entusiasmo e
sentido.
Sem
ter filhos, a solidão tornou-se insuportável e, em Dezembro de 1863, casou-se
com Fearnie Jemima Kinnear. A sua saúde, porém, estava seriamente abalada e
faleceu menos de dois anos mais tarde.
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