EFEMÉRIDE
– Arnaldo Jabor, guionista e realizador de cinema e televisão, produtor,
dramaturgo, crítico de teatro e jornalista brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro
em 12 de Dezembro de 1940.
Formado
no ambiente do Cinema Novo, participou na segunda fase deste movimento,
que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no Neo-realismo italiano
e na Nouvelle Vague francesa. A sua primeira longa-metragem foi o
inovador documentário “Opinião Pública” (1967), uma espécie de mosaico
sobre o modo como os brasileiros olham a sua própria realidade.
No
início dos anos 1970, com o recrudescimento da repressão política e da
censura, os antigos autores do Cinema Novo procuraram caminhos
metafóricos ou alegóricos, para tentar fintar a acção do governo e poder expor
as suas propostas. Jabor fez o mesmo com “Pindorama” (1970), mas nesta
película o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico
comprometeram a qualidade da obra, como o próprio Jabor viria mais tarde a
admitir.
No
filme seguinte, redimiu-se completamente com um dos grandes sucessos de
bilheteira do cinema brasileiro – “Toda Nudez Será Castigada” (1973),
adaptado da peça homónima de Nelson Rodrigues, tem um enfoque mais humano, mas
ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e aos
seus costumes. A actriz principal (Darlene Glória) ganhou o Urso de Prata de
Melhor Actriz no Festival de Berlim.
Seguiu-se
“O Casamento” (1975), adaptado de um romance do mesmo escritor, em que
foi ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais
e sexuais da sociedade. Com “Tudo Bem” (1978), iniciou a chamada “Trilogia
do Apartamento”. Foi talvez o seu filme mais relevante, que investiga, num
tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira. A obra
ganhou o prémio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou
grandes desempenhos a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros
grandes actores.
“Eu
Te Amo” (1980), que se dedica a uma análise intimista e sexual, consagrou
Paulo César Pereio e Sónia Braga no cinema. Seguiram-se outros filmes com
bastante sucesso junto do público.
Na
década de 1990, em virtude das circunstâncias ditadas pelo governo
Collor de Mello, que não apoiava a produção cinematográfica brasileira, Jabor
foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão.
Estreou-se como colunista no final de 1995 e, mais tarde, trabalhou na Rede
Globo (“Jornal Nacional”, “Jornal da Globo”, “Bom Dia
Brasil”, “Jornal Hoje” e “Fantástic”). Na Rádio CBN, comentou também – com o seu
tom irónico – os factos da actualidade brasileira.
Tem
abordado os mais variados temas, com intervenções apimentadas na televisão e
nas suas colunas na imprensa, que lhe renderam muitos admiradores e obviamente
também muitos críticos.
Diversos
textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor.
Em Novembro de 2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias
e fazendo uma crítica sobre o assunto, dizendo que «a era digital não era
para ele».
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