EFEMÉRIDE
– Rafael Alberti Merello, poeta espanhol, membro da Geração de 27,
nasceu em El Puerto
de Santa María no dia 16 de Dezembro de 1902. Morreu na mesma localidade em
28 de Outubro de 1999. Recebeu o Prémio Cervantes em 1983. É considerado
um dos maiores escritores da chamada Idade de Prata da literatura
espanhola, que terminou com o advento da Guerra Civil.
Nascido
numa família burguesa de origem italiana, estudou num colégio jesuíta do qual
foi expulso. Em 1917, partiu para Madrid, onde o pai foi trabalhar. A vida
citadina entusiasmou-o e anunciou que queria ser pintor. Dois anos depois,
apesar de reticências da família, organizou a sua primeira exposição.
Decidiu-se
finalmente pela literatura e publicou a sua primeira recolha de poemas, “Marinero
en tierra”, que lhe valeu o Prémio Nacional de Poesia (1924).
Em
1931, casou-se com a escritora Maria Teresa Leon e tornou-se militante do Partido
Comunista. Viajou pela URSS, na companhia da esposa, e encontrou vários
intelectuais, nomeadamente Boris Pasternak, Elsa Triolet eLouis Aragon.
Em
1934, fundou a revista revolucionária “Outubro”. Dois anos depois,
começou a Guerra Civil espanhola. Alberti animou então uma Aliança
de intelectuais antifascistas e dirigiu a “Revista Azul”. De 1939 a 1977, exilou-se em
França, na Argentina e depois em Itália.
Poeta
de vanguarda, ele não enjeitava porém a tradição de Gôngora, mestre da
poesia barroca. O resultado foi “ Cal y canto ”, escrito em
1926/27 e publicado dois anos depois.
“Sobre
los ángeles” abriu uma terceira etapa na sua obra – o surrealismo.
Ideologicamente, aproximou-se do anarquismo, lançando-se também na
poesia politica cuja primeira manifestação foi “Con los zapatos puestos
tengo que morir” (1930).
Com
a chegada da Segunda República (1931), Alberti adoptou as posições do marxismo
revolucionário. Os poemas deste período foram publicados em “Consignas”
(1933), “Un fantasma recorre Europa” (1933), “13 bandas y 48
estrellas” (1936), “Nuestra diaria palabra” (1936) e “De un
momento a outro” (1937). Em 1938, juntou todas estas recolhas no livro “El
poeta en la calle”.
O exílio
(1939/77) despoletou o último ciclo da sua obra, composto sobretudo de poesia
apolítica, com poemas de grande qualidade. Após o regresso a Espanha, a sua produção,
bastante prolífica, incluiu em particular o livro de poesia erótica “Canciones
para Altair” (1988). Rafael Alberti faleceu aos 96 anos de idade, na terra
que o vira nascer.
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