EFEMÉRIDE
– José Lezama Lima, romancista, poeta e ensaísta cubano, considerado um das
figuras mais influentes da literatura latino-americana, nasceu em Havana no dia
19 de Dezembro de 1910. Morreu na mesma cidade em 8 de Agosto de 1976.
Lezama
viveu os tempos mais turbulentos da história de Cuba, participando em
manifestações estudantis e lutando contra as ditaduras de Machado e de Batista.
A
sua obra literária inclui o romance barroco semi-autobiográfico “Paradiso”,
publicado em 1966. Conta a história de um jovem e das suas lutas contra
misteriosas doenças, a morte do pai e as suas inclinações homossexuais e
poéticas. Os primeiros cinco capítulos deste livro foram publicados na revista
“Orígenes”, em 1940.
Licenciou-se
em Direito e, de 1929 até à sua morte, viveu numa casa situada num dos
velhos bairros de Havana, primeiro com a mãe e, depois da morte desta, com
Maria Luísa Bautista, sua secretária, com quem se causou apesar da sua
homossexualidade. Só deixou Cuba para duas breves viagens ao México e à Jamaica.
Lezama
Lima coligiu várias antologias de poesia cubana e colaborou nas revistas “Verbum”
(1937), “Espuela de Plata” (1939/1941), “Orígenes” (anos 1940)
e “Nadie Parecia” (1941)”, sendo considerado o patriarca das Letras
Cubanas nos seus últimos anos de vida.
O
estilo barroco – que ele desenvolveu – baseava-se, em partes iguais, na sua
sintaxe influenciada por Gôngora e por uma constelação assombrosa de imagens
invulgares. O seu primeiro livro, um longo poema intitulado “Muerte de
Narciso”, publicado quando tinha apenas vinte e sete anos, tornou-o desde
logo famoso em Cuba.
Para
além de poemas e romances, Lezama Lima escreveu diversos ensaios sobre figuras
da literatura mundial como Mallarmé, Paul Valéry, Gôngora e Rimbaud, bem como
sobre a estética barroca Latino-Americana.
Em
1972, recebeu o Prémio Maldoror de Poesia (Espanha) e, com o romance “Paradiso”,
ganhou o Prémio de Melhor Obra Hispano-Americana Traduzida para Italiano
(Itália).
José
Lezama Lima morreu em 1976, devido a complicações da asma que o afligia desde a
infância, sendo sepultado no Cemitério Colon em Havana. Influenciou
vários escritores de língua espanhola, como Octavio Paz, Julio Cortázar e Mario
Vargas Llosa, entre outros.
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