terça-feira, 15 de dezembro de 2015

15 DE DEZEMBRO - FRANCISCO TÁRREGA

EFEMÉRIDE Francisco de Asís Tárrega Eixea, guitarrista espanhol que revolucionou a composição para guitarra, morreu em Barcelona no dia 15 de Dezembro de 1909. Nascera em Vila-real, em 21 de Novembro de 1852. É considerado um dos guitarristas mais influentes do mundo, sendo considerado a pai da guitarra clássica moderna.
Durante a juventude, sofreu uma queda grave num canal de irrigação que lhe veio a afectar a visão de modo definitivo. A família mudou-se para Castellón e inscreveu-o em aulas de música. Os seus dois primeiros professores eram cegos. 
Em 1862, o concertista Julián Arcas, em tournée pela região e ouvindo falar no jovem talento, aconselhou o pai de Tárrega a deixá-lo ir para Barcelona estudar com ele. O pai aceitou, mas insistiu para que o filho tivesse também lições de piano. O violão e a guitarra eram, na época, considerados como instrumentos de acompanhamento para cantores, enquanto o piano estava mais em voga na Europa.
No entanto, Francisco teve de parar com as lições pouco tempo depois, porque Arcas partiu para o estrangeiro, onde ia dar vários concertos. Apesar da sua idade (10 anos), Tárrega fugiu e tentou começar uma carreira musical autónoma, actuando em cafés e restaurantes da capital catalã. Em breve, porém, foi encontrado e levado para junto do pai, que teve de fazer sacrifícios enormes para assegurar o prosseguimento da sua educação musical.
Três anos mais tarde, em 1865, nova fuga então para Valência, onde se juntou a um grupo de boémios. O pai procurou-o e levou-o para casa. Ele fugiria ainda uma terceira vez, novamente para Valência.
No começo da adolescência, Francisco era já um bom músico, tanto na guitarra como no piano. Para ganhar dinheiro, tocava com outros músicos em eventos locais. Em breve voltou para o lar, para ajudar a família. 
Entrou para o Conservatório de Madrid em 1874, graças ao mecenato de um rico mercador da região. Utilizava uma guitarra recentemente adquirida, fabricada em Sevilha por António de Torres. Estudou composição e foi aconselhado a abandonar o piano e a dedicar-se exclusivamente à guitarra.
No fim dos anos 1870, já ensinava alguns alunos, dando também – com regularidade – concertos em várias regiões espanholas. Começou a tocar igualmente as suas próprias composições.
Em 1881, actuou na Ópera de Lyon, no Teatro Odéon em Paris e em Londres. Casou-se no Natal de 1885 com María José Rizo, fixando-se em Barcelona, onde teve como amigos Isaac lbéniz e Pablo Casals, entre outros músicos célebres.
Conheceu mais tarde uma viúva rica, Conxa Martinez, que se tornou sua mecenas. Ela autorizou toda a família a ocupar o seu casarão de Barcelona, onde ele veio a escrever a maioria das suas melhores obras.
Em 1900, visitou Alger, onde ouviu o ritmo repetitivo de um tambor árabe. Na manhã seguinte, compôs a sua famosa “Danza Mora”. Em 1902, cortou as unhas e criou uma sonoridade que se iria tornar típica nos guitarristas associados à sua escola. Fez uma tournée por Itália, actuando em Roma, Nápoles e Milão.
Tárrega teve as suas habilitações musicais questionadas, quando defendeu uma metodologia diferente da que era usada na época. Segundo ele, o toque realizado pela mão direita na guitarra deveria ser feito num ângulo de 90º e com a parte «macia» do dedo, ou seja, sem utilização da unha. Tárrega justificava a metodologia, afirmando que o toque do dedo causava assim uma sensação de maior «controlo emocional e técnico» das obras em execução.
Uma das suas mais famosas composições não é conhecida integralmente pela maioria das pessoas que, no entanto, já ouviram algum fragmento. Trata-se da “Gran Vals” (“Grande Valsa”), que é um dos toques padrão da empresa de telemóveis Nokia.
Em Janeiro de 1906, foi afectado por uma paralisia do lado direito e nunca recuperou completamente. Fez o seu último trabalho em Dezembro de 1909 (“Oremus”), falecendo treze dias mais tarde. 

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...