sábado, 6 de janeiro de 2018

6 DE JANEIRO - MARQUES REBELO


EFEMÉRIDE - Marques Rebelo, de seu verdadeiro nome Eddy Dias da Cruz, escritor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 6 de Janeiro de 1907. Morreu na mesma cidade em 26 de Agosto de 1973.
Aos quatro anos, por motivos de saúde familiar, mudou-se para Barbacena, Minas Gerais, onde o pai fundou uma fábrica de especialidades farmacêuticas. Ali permaneceu com a família até 1918/19, data em que a Gripe Espanhola atingiu os seus parentes.
A contar dos cinco anos, com ligeira ajuda familiar, aprendeu a ler a revista “O Tico Tico”, passando à “Gazeta de Notícias”, através da qual - segundo contou mais tarde – se “formou” em assuntos da Grande Guerra. O aprendizado das primeiras letras foi completado na escola de Rosinha Ede, onde o romântico “Coração”, de Edmundo de Amicis — foi a primeira obra por si lida e que o marcou como escritor.
Leu e absorveu a “Bíblia” e bastantes obras literárias, a maioria francesas, nórdicas, portuguesas e brasileiras, entre as quais as de Anatole France, Honoré de Balzac, Selma Lagerlöf, Andersen, Luís Vaz de Camões, Camilo Castelo Branco e Olavo Bilac.
De volta ao Rio e instalado em Copacabana, é provável que tenha cursado o antigo ensino secundário no Colégio Andrews, submetendo-se a exames no Colégio Pedro II.
Aos quinze anos, descobertos Manuel António de Almeida e Machado de Assis, foi levado pelo pai a ter um triénio de aulas com o gramático e filólogo Mário Barreto, que lhe ensinou latim e o submeteu a rigorosas redacções semanais (com temas estipulados) e lhe apresentou clássicos portugueses. Estes estudos incutiram-lhe ou reforçaram o seu profundo desvelo pela língua portuguesa e concorreram para a eficiência e fluidez da sua prosa.
Rebelo chegou a cursar três anos de Medicina nos fins da década de 1920, abandonando, no entanto, para se dedicar intensamente à vida de escritor, para trabalhar no comércio (Nestlé) e, mais tarde, no jornalismo (1951). Entretanto, obteve o bacharelato em Ciências Jurídicas e Sociais em 1937 na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, diplomando-se em 1945, com uma tese sobre o escritor norte-americano Bret Harte.
Casado de 1933 a 1939 com Alice Dora de Miranda França (de quem teve dois filhos), uniu-se em 1940 com Elza Proença, que foi sua secretária até ao fim da vida.
Com o Modernismo a tentar mudar o cenário e a estética da arte brasileira, juntou-se aos escritores que procuraram romper com as formas literárias tradicionais, dando as primeiras contribuições em poesia para várias revistas e travando amizade com escritores conceituados, entre os quais Manuel Bandeira e Mário de Andrade.
No seu primeiro livro “Oscarina” (1931), começado num leito de hospital militar, seguiu as linhas mestras da literatura brasileira, dando continuidade e renovação às letras do país.
Despertada a admiração da “grande crítica” e dos grandes escritores, prosseguiu o sucesso com as obras “Três Caminhos”, 1933 (da qual o conto “Vejo a Lua no Céu” foi adaptado a telenovela em 1976), “Marafa”, 1935 (vencedora no mesmo ano do Grande Prémio de Romance Machado de Assis e parcialmente filmada, em 1963, pelo realizador italiano Adolfo Celi), “A Estrela Sobe”, 1939 (vertida para o cinema em 1974), o drama nunca representado “Rua Alegre, 12”, 1940 (grandemente elogiado por Carlos Drummond de Andrade) e o livro de contos “Stela me abriu a Porta” (1942).
Passou depois -  alguns anos -  a fazer somente crónicas literárias, antes de publicar a sua obra-prima e trilogia “O Espelho Partido” (1959, 1962 e 1968). Escreveu também uma telenovela, três obras biobibliográficas, livros de crónicas da vida brasileira e de viagens pela Europa e obras de cunho pedagógico e infanto-juvenil.
Reconhecida a sua obra e a sua intelectualidade — fundador de vários museus, promotor de pintores, de exposições plásticas e de escritores (Portinari, Di Cavalcanti, o português Miguel Torga, etc.) — Marques Rebelo foi eleito em 1964 para a Academia Brasileira de Letras.

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