EFEMÉRIDE
– Alexandre Feio dos Santos Babo, jornalista e escritor português,
morreu em Cascais no dia 2 de Novembro de 2007. Nascera em Lisboa, em 30 de
Julho de 1916. Era filho do jurista, escritor, republicano e maçom Carlos
Cândido dos Santos Babo (1882/1957) e casado com a artista plástica Elsa
Peixoto.
Alexandre
Babo entrou, em 1933, na Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa, licenciando-se em 1939. Foi desde muito novo militante
antifascista. Em 1936, na clandestinidade, foi iniciado na Maçonaria,
fazendo parte da Acção Anticlerical e Antifascista e do Bloco
Académico Antifascista, onde lutou contra o salazarismo.
Em
1941, fundou – com Amaral Guimarães e Abílio Mendes – as Edições Sirius,
que deram um importante contributo cultural ao país. Após a Segunda Guerra
Mundial, foi para Paris como delegado da revista “Mundo Literário”
(1946/48). Em Londres, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e,
posteriormente – em 1960 – foi correspondente do “Jornal de Notícias” e
cronista da BBC.
Em
1943, ingressou no Partido Comunista Português. Como advogado, interveio
nos julgamentos do Tribunal Plenário do Porto e no Supremo Tribunal
de Justiça em defesa de acusados políticos. Fez parte do Conselho do
Porto do Movimento de Unidade Democrática e da Comissão Distrital
da Campanha do General Norton de Matos.
Enquanto
exercia advocacia no Porto, fundou – com António Pedro e Egito Gonçalves – o Teatro
Experimental do Porto. Separou-se deste, para – em 1960 – contribuir para a
formação do Teatro Moderno do Clube Fenianos Portuenses, juntamente com
Luís de Lima e Fernando Gaspar. Foi director do Círculo de Cultura Teatral
e, em 1964, de volta a Lisboa, fundou O Palco, Clube de Teatro. Fez
crítica de teatro durante dez anos.
Entre
1961 e 1965, foi colaborador permanente do “Jornal de Notícias”, com uma
crónica às segundas-feiras. Desde 1965, exerceu advocacia em Lisboa. No campo das
letras dedicou-se ao teatro, à ficção, à crítica, ao jornalismo e à tradução.
Foi um dos fundadores da Associação Portuguesa de Escritores, em 1973,
tendo sido sócio honorário daquela associação e cooperante da Sociedade
Portuguesa de Autores desde 1977. Foi co-fundador da Liga Para o
Intercâmbio Cultural Social Científico com os Povos Socialistas, da Associação
Portugal-URSS. Com outras personalidades, ajudou a fundar a Associação
Portugal-RDA, sendo seu secretário-geral até à unificação da Alemanha.
Várias
das suas obras foram proibidas pela censura da PIDE. Recebeu a medalha
de mérito cultural da Câmara Municipal de Cascais, concelho onde vivia.
Faleceu aos 91 anos, deixando vários textos inéditos.
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